A importância das privatizações
Inexistem razões técnica para manter empresas estatais no Brasil. O setor privado dispõe de recursos humanos, gerenciais e financeiros para substituí-las e torná-las mais eficientes, elevando o potencial de crescimento da economia, da renda e do emprego.
Companhias desse tipo são um fenômeno datado de época de grandes transformações. Apareceram de forma episódica na Europa entre a Renascença e o fim do século XVIII, particularmente durante o período mercantilista (séculos XV e XVIII).
Com a política de "manufaturas reais", Jean-Baptiste Colbert, ministro de Luís XIV, delas se valeu para obter superávits comerciais. No século XIX, inspirados pela Revolução Industrial inglesa, países como Bélgica, França, Áustria, Espanha e Japão criaram estatais. O objetivo era suprir falhas de mercado em setores como ferrovias, bancos e energia, que haviam surgido naturalmente em solo britânico.
No Brasil, o ápice ocorreu igualmente no pós-guerra, embora já existissem empresas públicas em setores como correios, bancos e mineração. Visava-se promover o desenvolvimento mediante sua atuação em áreas tidas como estratégicas: siderurgia, petróleo, crédito de longo prazo, energia e telecomunicações.
Lamentavelmente, aqui essas empresas estatais imbricaram-se com o corporativismo e a cultura hostil ao lucro privado que permeiam a sociedade brasileira. Daí a dificuldade de privatizar, mesmo que o tempo delas já tenha passado. Basta lembrar a batalha campal no caso da Vale e no da Telebras. Lula comandou comícios contra a medida. Políticos diziam uma grande bobagem: não caberia vender companhias que dessem lucro. Somente visões ultrapassadas e a força de interesses políticos e corporativistas mantêm a presença de estatais no país. É lastimável.
Renato Mendes Prestes
Água Claras - DF
Piada de português no futebol brasileiro
A contratação do técnico português Paulo Sousa pelo Flamengo é mais um daqueles episódios que servem de piada para os portugueses gozarem os brasileiros. Depois da vitoriosa passagem de Jorge Jesus e de Abel Ferreira no Palmeiras — ambos conquistaram a Libertadores —, os times brasileiros procuram na pátria-mãe nomes para dirigi-los, depreciando os treinadoros nacionais.
É uma tendência nacional que é comprovada pela presença de técnicos sul-americanos no campeonato brasileiro deste ano — pelo menos cinco dirigiram clubes no Brasileirão.
Diga-se de passagem que, no passado, treinadores brasileiros já fizeram muito sucesso na Europa, como Oto Glória no Benfica e seleção portuguesa — o time foi bicampeão europeu e a equipa nacional alcançou um histórico terceiro lugar na Copa do Mundo de 1966. Ou, ainda, Paulo Amaral, na Juventus italiana; Vanderlei Luxemburgo, no Real Madri; e Felipão, no Chelsea, sem o mesmo sucesso de Glória.
Marcos Pereira
Lago Norte
Brasil, tradição de acolhimento
A imprensa brasileira e mesmo a mídia mundial parecem não dar a atenção devida ao acolhimento que o país vem dando aos venezuelanos refugiados que migram para o Brasil.
Segundo dados oficiais, cerca de 300 mil irmãos do país vizinho no norte do nosso território cruzaram a fronteira para tentar ganhar o seu sustento e fazer uma nova vida por aqui.
É o equivalente a uma Samambaia inteira migrando para o solo brasileiro e seria uma das 90 cidades brasileiras que tem mais de 300 mil habitantes!
Acolher, fornecer condições básicas mínimas e gerar oportunidades e empregos é uma das tarefas do governo, que tem a "Operação Acolhida" organizada pelo Exército. A sociedade e a imprensa brasileira e mundial deviam dar mais atenção ao assunto.
Pedro Albuquerque
Taguatinga