O empreendedor é aquele que reúne a capacidade de produção, de gestão e de assumir o risco de um novo negócio. Pode ser aquele que faz bolos sob encomenda, que tem uma pequena loja de roupas ou está à frente de uma startup. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), hoje são mais de 20 milhões de empreendedores no Brasil, o que representa 99% das empresas no país.
Os pequenos negócios são responsáveis por mais de 70% das novas vagas de trabalho criadas em 2021 e por quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Não à toa, a taxa de empreendedorismo potencial, aquela formada por cidadãos que não têm um negócio, mas estão dispostos a abrir uma empresa em até três anos, registrou alta de 75%, passando de 30%, em 2019, para 53%, em 2020, em plena pandemia de coronavírus.
Com isso, o número de novos empreendimentos abertos já é o maior desde 2018. Nesse período, o crescimento foi de 30%. Somente este ano, 3,8 milhões de empresas com esse perfil surgiram, segundo dados do governo federal. É com essa força do empreendedorismo que o país conta para uma recuperação econômica em 2022. No entanto, o desafio é grande. Pois o segmento tem suas fragilidades. É o primeiro a sofrer o impacto negativo da alta da inflação, das taxas de juros e dos preços dos combustíveis e da energia.
De cada 10 empresas abertas no Brasil, metade fecha as portas antes mesmo de completar cinco anos. Então, é preciso suporte do governo federal e do Legislativo para o setor sobreviver. Há três pontos a serem seguidos para a retomada da economia pelas pequenas e micro empresas. São eles: a desburocratização, a desoneração tributária e o crédito de fomento.
No dia 14 de dezembro, foi celebrado 15 anos do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. A lei foi importante ferramenta de estímulo ao setor. Permitiu a criação do Simples Nacional, sistema de tributação que desburocratiza e reduz a carga tributária, e do Microempreendedor Individual (MEI), considerado o maior programa de formalização e inclusão previdenciária do mundo.
O segmento termina o ano com certo alívio depois da aprovação da Lei Complementar 46/21, que institui o Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (RELP), pela Câmara dos Deputados. Agora, a expectativa é que esse fôlego financeiro ajude as empresas a resistir à crise.
Empreendedorismo está ligado a inovação e criatividade. As características de um empreendedor são: perseverança; coragem para correr riscos (na medida certa); capacidade de planejamento; eficiência e qualidade; liderança e boa rede de contatos. Mas a principal é ter jogo de cintura para lidar com as adversidades. É dessa receita que o país precisa.