Fãs de artistas como Anitta, Glória Groover, Iza, Ludmila, Luiza Sonza, Pabllo Vittar, Gusttavo Lima, Tiago Iorck e Vitor Kley, destaques da nova cena pop brasileira, devem ter ouvido falar de Erasmo Carlos; mas tenho sérias dúvidas se já se detiveram para ouvir músicas do eterno parceiro de Roberto Carlos. Com o Rei, ele produziu algumas das mais belas canções românticas da MPB, entre elas Amada amante, Como é grande o meu amor por você, Detalhes, Se você pensa e Sua estupidez.
Os dois e mais Wanderléa lideraram a Jovem Guarda, movimento cultural, mesclado pela música, comportamento e moda, que, na segunda metade da década de 1960, desencadeou onda da pop art no país. Na última quarta-feira, eles estiveram novamente lado a lado no tradicional programa natalino apresentado pela TV Globo, que teve a participação também de Ivete Sangalo, Fafá de Belém, Sandy, Zeca Pagodinho e da banda Jota Quest.
Em carreira solo, o Tremendão — apelido que recebeu à época da Jovem Guarda — não obteve o mesmo sucesso conquistado por Roberto, mas é inquestionável a relevância dele para a música popular brasileira. Grande parte de sua obra está registrada em 29 discos. Um resumo da trajetória, enquanto cantor e compositor, foi mostrada na tela em Minha fama de mau, filme de Lui Farias. No longa metragem, Chay Sued deu vida a Erasmo, enquanto Gabriel Leone representou Roberto — desta vez, coadjuvante.
No começo de 2022, o Gigante Gentil — como é chamado por amigos — lança o trigésimo álbum que o levará de volta às jovens tardes de domingo. Nesse projeto, com produção de Pupillo (ex-Nação Zumbi) e direção artística de Marcus Preto, intitulado O futuro pertence à Jovem Guarda, ele revisita músicas compostas por ele e Roberto Carlos para artistas que tomaram parte do movimento precursor do pop nacional, entre eles Eduardo Araújo, Renato e Seus Blue Caps e Golden Boys. Já se pode ouvir A volta, antigo hit de Os Vips, registrado em single, disponível nas plataformas digitais.
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