Calçadas defeituosas
Ontem, Maria da Costa, em carta ao Correio Braziliense, reclamou dos problemas das calçadas do Lago Sul. Apoio a constatação publicada e amplio abrangência do problema para a cidade. Será importante que o órgão competente do GDF percorra a cidade para reparar passeios e o asfalto, danificados no atual período das chuvas. Esses reparos são necessários para facilitar a mobilidade de cadeirantes e/ou deficientes físicos, que não devem enfrentar problemas para se locomover. Por isso, os consertos devem ser urgentes no Plano Piloto e em todas as cidades (RAs) do DF no sentido de evitar acidentes e facilitar a mobilidade dos que andam a pé, de idosos, mães com bebês de colo e todos os que necessitam se locomover na capital da República. A geografia de Brasília possibilita as melhores condições da topografia para andar a pé, de bicicleta ou em cadeira de rodas. Mas o piso tem que possuir as melhores condições para tal.
Aldo Paviani,
Lago Sul
Armas
A arma de fogo tem significado ambivalente, o que favorece que as pessoas se dividam entre as que glorificam e as que demonizam. As primeiras consideram seu uso positivo para autodefesa, caça, esporte, como instrumento policial e militar, ou meio de libertação política. As segundas observam seus efeitos destrutivos, em crimes passionais, acidentes, como ferramenta de delinquentes, fator de morte de familiares e do próprio usuário. A essa ambiguidade se soma o fator "ideologia", que interfere na nossa compreensão do real e, no caso das armas, se exacerba. Desde Kant (1724-1804), sabemos que essa limitação é inevitável, como o filósofo ilustrou com a bela metáfora: "A pomba que sente a resistência do ar pensa que poderia voar melhor no vazio". Mas não pode. A natureza não tolera o vácuo. E, quando a ignorância, os preconceitos e os sentimentos de medo e ódio causados pelos crimes violentos impregnam o pensamento, a distorção do real é ainda maior. Torna-se presa fácil da manipulação populista. Razão de a nossa rica indústria de armas não se preocupar em fazer pesquisas que desmentiriam suas teses. Basta-lhe confrontar a ciência, como fazem os terraplanistas e os que não acreditam nas vacinas. Garante que "devemos nos defender com armas". Armas são boas para ataque, não para defesa, já que a "surpresa" favorece o assaltante. Para cada indivíduo que tem êxito ao reagir a um assalto com arma, morrem 38" (Violence Policy Center, EUA). Como dizia o inesquecível jornalista Stanislaw Ponte Preta: "As três coisas mais perigosas na vida são croquete de botequim, mulher dos outros e arma de fogo".
Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
André Mendonça
Toda a imprensa nacional e estrangeira está com as atenções voltadas à lamentável posse, quinta-feira, do "terrivelmente evangélico" André Mendonça no cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), pupilo do presidente Jair Bolsonaro. O STF exige comprovante de vacina para o acesso a suas instalações. Pela norma, Bolsonaro — antivacina, anticiência, antiensino, antigente, antivida, antidemocracia — não poderá ter participação presencial na cerimônia. Mas, como o chefe do Executivo, ele tem protagonizado cenas bizarras, que revelam a sua total falta de intimidade com a liturgia do cargo que ocupa. Não será surpresa se, mais uma vez, ele cometer o acinte de invadir o STF para prestigiar o seu advogado particular André Mendonça, escolhido para continuar a prestar o serviço como magistrado da Alta Corte.
Joaquim Honório,
Asa Sul
Jogos de azar
Ao ler ontem pela manhã na internet (se não for fake news) que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (embora não goste dele), resolveu colocar em votação urgente a PEC que regulariza todos os jogos de azar em todo o país, sou obrigado a lhe dar os parabéns. E, salvo engano, a medida deverá gerar em torno de 5 milhões de empregos e por volta de R$ 20 bilhões em impostos. E vamos deixar de hipocrisia quando alguns arautos da pseudoverdade irão dizer, por meio de todos os meios de comunicação, que os jogos de azar terão o poder de desestabilizar as famílias de bem. O que são os jogos da Caixa Econômica Federal, senão jogos de azar? Aproveito a oportunidade para sugerir uma PEC que elimine a isenção dos impostos de todas as igrejas, todas, e que também gerariam mais ou menos outros 20 bilhões em impostos e não deixariam meia dúzia de mercadores da fé bilionários, pois a fé é uma crença muito particular e que não precisa doar dinheiro para comprar uma cadeira no céu, apenas fazer o bem sem olhar a quem.
Joanir Serafim Weirich
Asa Sul
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