Um pedaço de carne para comer com a família no Natal foi o pedido de um menino, de 7 anos, a papai noel. Nada de brinquedos ou roupas. Ele pede carne, que não come desde o Natal de 2020! O garotinho mora com os pais e três irmãos no Rio Grande do Sul. A família passa por dificuldades financeiras. O pai e uma irmã fazem bicos, mas o dinheiro é insuficiente para prover todas as necessidades — eles tiveram a luz de casa cortada por falta de pagamento e só não ocorreu o mesmo com a água porque o pedido da criança viralizou nas redes sociais e, com as doações que receberam, puderam quitar a conta atrasada.
A história desse menino reflete a penúria a que estão submetidos milhões de famílias no Brasil. A crise econômica, com a inflação nas alturas; o desemprego que atinge 13,7 milhões de pessoas, e a pandemia muito mal gerenciada por autoridades públicas aumentaram o drama de quem vive na pobreza ou na extrema pobreza neste país. A fome avançou de forma avassaladora. Tornaram-se comuns disputas por ossos para fazer sopa, e até caminhão de lixo é revirado em busca de comida, como vimos em Fortaleza.
No Brasil, 19,1 milhões de pessoas passam fome e 116,8 milhões vivem com algum grau de insegurança alimentar (quando o acesso à comida é limitado por falta de recursos). Os dados são da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (PenSSAN).
Para socorrer famílias em situação de vulnerabilidade, principalmente neste fim de ano, há uma série de mobilizações pelo país. Uma delas é a Ação da Cidadania, fundada pelo sociólogo Betinho. Com a campanha Brasil sem fome, a entidade trabalha o ano todo em busca de doações para atender quem precisa nos 26 estados e no Distrito Federal. Agora, a ação se transformou no Natal sem fome. Segundo os organizadores, cada real doado vira comida no prato dos mais necessitados.
Quem quiser ajudar, pode contribuir pela internet, no site natalsemfome.org.br. Ou colaborar com outras campanhas locais ou nacionais. Neste momento tão difícil, nossa solidariedade tem potencial de aplacar o desespero de famintos.
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