PANDEMIA

Vai rolar ou não carnaval? O importante é que a decisão seja sem politicagem

Mesmo com o avanço da vacinação no país, com mais de 80% da população com o ciclo de imunização completo, é seguro realizar os festejos?

Estamos a praticamente três meses da próxima festa de momo, e a incerteza sobre a realização da folia é perene de norte a sul do país. Quem curte o carnaval está apreensivo. Quem não gosta se mostra indiferente. Vive-se um dilema, no entanto. Mesmo com o avanço da vacinação no país, com mais de 80% da população com o ciclo de imunização completo, é seguro realizar os festejos?

Muitos infectologistas pregam cautela. O principal argumento é de que há uma diminuição da imunidade obtida pela vacinação depois de seis meses da aplicação da segunda dose, e, somado a isso, existe uma expressiva parcela da população sem o reforço — no Distrito Federal, por exemplo, a faixa etária que pode receber a dose extra encontra atualmente acima de 40 anos. Se relembrarmos que a maior parte dos adultos tomou a segunda dose entre agosto e outubro, a redução da imunidade bate mais ou menos com a data do carnaval. E, sim, é um problema.

Por outro lado, blocos de rua e empresários do setores de bares, restaurante e serviços estão preocupados. Lamentam a indefinição e a possibilidade de ficar mais um ano sem uma das principais fontes de receita do ano. Oito cidades do Sul de Minas, por exemplo, já cancelaram a folia. Outros destinos famosos, como Mariana e Ouro Preto, ainda farão análise sobre os índices epidemiológicos.

No Rio, o comitê da prefeitura acredita que a pandemia estará controlada até março. Em São Paulo, mais de 70 municípios do interior, suspenderam a folia, enquanto na capital há a tendência de exigir o passaporte no vacinação. Aqui no DF, é real a possibilidade de termos festas nas ruas. Tudo dependerá do avanço do processo de imunização.

Ontem, por exemplo, até o presidente Jair Bolsonaro se posicionou sobre o carnaval. "Por mim, não teria", afirmou, garantindo que a decisão não cabe a ele. O mais importante é que não exista novo embate entre autoridades sobre o tema. Ministério da Saúde, prefeitos e governadores precisam caminhar juntos. São vidas, mais uma vez, em jogo. Mesmo em ano eleitoral, é necessário que a decisão seja tomada sem politicagem. Para o bem de todos.

 

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