Por Délio Lins e Silva Jr. - Presidente da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF)
A caminhada ao lado da advocacia do Distrito Federal, desde 2018, quando, pela primeira vez, recebi a confiança da maioria para administrar a Ordem local, trouxe a mim e ao nosso grupo muitos aprendizados. Havia um projeto a ser realizado, honrar aqueles compromissos de campanha. Assumimos, em 2019, e buscamos executar o que nos propusemos a fazer. Para isso, levantamos toda a situação da OAB/DF, verificamos o status do ponto de partida: desde as condições estruturais, às financeiras, à missão de atender os profissionais no triênio. Quando iniciamos o fazer, veio a pandemia. No primeiro momento, foi assustador, depois, a necessidade de reagir. Assim, fechamos o período com avanços jamais calculados. Cumprimos mais do que havíamos planejado, com empenho de todos. Agora, esse trabalho nos reconduz à direção da OAB/DF para o próximo triênio (2022-2024).
A primeira coisa a fazer é agradecer a todos. À advocacia do DF e, também, aos colaboradores da Ordem. Quando se disputa uma eleição, o debate acentua as divergências. Encerrada a disputa, o desafio é aglutinar, superar, somar. Não se pode administrar uma casa como a OAB/DF em uma visão apequenada de que há opositores que querem o insucesso da gestão. É preciso entender que cada crítica é um alerta ao aperfeiçoamento. Assim, compreenderemos. Aos candidatos que disputaram conosco o voto da advocacia, externo meus cumprimentos. Fizeram o debate. Respeito. Agora, já não os vejo como oposição. São colegas advogados e advogadas que merecem ser ouvidos.
Aprendi muito cedo na vida profissional que a Ordem é o templo da democracia. Nesse regime, todas as vozes podem se colocar e devem ser ouvidas. Nenhuma ideia pode ser descartada sem antes conhecer a sua viabilidade e a sua possibilidade de dar frutos positivos para a coletividade. É com esse espírito que seguiremos.
Dito isso, virada a página da disputa, temos o compromisso para o futuro imediato, de médio e de longo prazos. O que a advocacia, como todos neste país, ressente são impactos da pandemia. Nossa ação na OAB/DF será, essencialmente, para dar suporte à advocacia para um mundo cada vez mais tecnológico e disruptivo. Tudo o que sabíamos do século 20 para cá ruiu. O que o século 21 vem trazendo é uma reorganização social jamais vista por meio de novos acessos e novas exclusões a partir da tecnologia.
Como avançaremos para que a advocacia consiga ter as prerrogativas respeitadas? Como trabalharemos para uma melhor remuneração? Como não permitir que o mercado nivele por baixo a prestação de serviços de uma categoria que não visa tão somente o lucro e que busca, fundamentalmente, não se expressar em disputas mercantilistas?
Para responder a esses desafios, sabemos que temos pela frente muito trabalho árduo. Diuturnamente, precisaremos nos superar. Aperfeiçoar os processos de prestação de serviços da Seccional. Mais do que isso, precisamos oferecer um tratamento que seja além do contato por scripts de robôs, chatbots. Não é sobre a tecnologia que devemos nos debruçar apenas! Temos de estar presentes para agirmos como humanos que somos. A advocacia é exercida por humanos para humanos. A tecnologia é ferramenta, suporte.
O recado a ser dado, pós-eleições OAB/DF, é que tivemos imenso sucesso no pleito na modalidade on-line, fizemos economia de recursos, tivemos eficiência, segurança e confiabilidade no resultado, mas continuaremos de portas abertas entregando as carteiras aos novos profissionais, orientando quanto à participação na Ordem. Seguiremos equipando espaços nas Subseções. A advocacia não acontece só no Plano Piloto. Essa, também, foi a resposta das urnas. É o fazer por todos, no Plano Piloto, e no mais distante ponto do DF. Somos todos advogados e advogadas!
O compromisso ético, moral e imprescindível com a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, pessoas negras e as não negras segue firme. Fortalecemos ao longo de três anos a Comissão da Mulher Advogada e a Comissão de Igualdade Racial. Tornaram-se permanentes na nossa gestão. Criamos as Diretorias de Igualdade Racial e de Prerrogativas. Aproximamos o diálogo com as altas cortes, e com cada Vara da Justiça. Cobramos, também, desde o trabalho com segurança até a retomada dos tribunais. Fortalecemos o apoio à saúde, à assistência social e à formação profissional, por meio da CAADF (Caixa de Assistência dos Advogados) e da ESA (Escola Superior de Advocacia), respectivamente.
Tudo o que fizemos não é luta do passado! São permanências, pois, a cada dia, enfrentaremos o racismo estrutural, o desrespeito às mulheres, a violência dentro e fora dos lares que afeta a nossa categoria e a população. Apoiaremos os jovens e os veteranos no exercício profissional.
Por fim, lembro que a Ordem não é um organismo isolado. Ao contrário, além das justas pautas da corporação, está ao lado da população, como estivemos para assegurar vacinação contra a covid-19. Seguiremos ao lado desse povo do DF que tanto nos orgulha e merece nossa atenção.
Todos podem contar com a OAB/DF!