Dad Squarisi
Dadivosa diva, dona do alfabeto e alfarrábios, escrituras, páginas que ensaiam e ensinam, do fim até o começo e de novo, novamente, algures e nenhures, prefácios e recomeços, ecos de histórias, centelhas & cintilações, viagens & retornos, nonadas & encruzilhadas, nuvens tecidas pelo avesso, fabulações, ninfeias, azaleias, calêndulas e madrepérolas, vitórias-régias, papel de tornassol ou girassol, faca só lâmina, vidas plenas — de passagem pelos tempos de verbos e particípios perdidos e achados, locuções adverbiais, onde estais? Giramundo, cataventos, redemoinho, estalactites, umbigo dos sonhos, palavras cruzadas, charadas cruzando pelo espaço sideral. Roda mundo, roda moinho, o oco, passagem, travessia. Contigo-ninguém-pode (ora direis). Senhora, que língua a vossa!
Thelma B Oliveira,
Asa Norte
Neonergia
Brasília, patrimônio cultural da humanidade, não merece muitas coisas que a invadem. Detém espaço que são bizarros, ridículos e danos, a começar pela atual composição do Congresso Nacional. Mas algumas iniciativas do governo local não ficam a dever nada ao que classificamos de bizarro e nocivo aos interesses da população. Diante das dificuldades orçamentárias, o GDF privatizou parte da CEB e fez um gigantesco malefício aos direitos dos consumidores à energia elétrica. Por mais de 24 horas, parte da região do Park Way esteve sem luz — a suspensão do fornecimento ocorreu entre 10h e 11h de sábado (27/11). Ligar para a Neonergia e nada não faz diferença. Um robô ridículo, como a empresa, orienta o cliente compulsório a acessar à internet. Ora, se você não tem energia, como acessar à rede mundial? Fica-se perdido no breu e sem saber a quem recorrer. A ineficiência da empresa não é constatada só por meia dúzia de consumidores. É algo recorrente pela maioria dos brasilienses. Até quando o GDF, que fez, sem dúvida alguma, a pior escolha no momento da privatização, será conivente com essa inqualificável prestação de serviço? Até quanto ficaremos reféns de uma empresa incompetente, desprovida de capacidade para suprir a necessidade dos brasilienses, sobretudo, na atual conjuntura, em que o home office é realidade para milhares de profissionais? Neoenergia é sinônimo de apagão geral. A única eficiência da Neoenergia — apagão de competência e qualidade — é na pontualidade da cobrança mensal por um serviço mal prestado à sociedade.
Josué Dias,
Park Way
Estultices
Leitor há mais de 50 anos desta publicação, mesmo divergindo eventualmente de matérias, o considero um dos mais brilhantes, independente e democrático jornal do país. Os articulistas são cultos, alguns, diria até eruditos. Entretanto, como nem tudo é perfeito, tenho algumas ressalvas. O direito de opinião é sagrado, mas não pode ser desqualificante nem chafurdar-se na mais pegajosa e oportunista subserviência como fazem o senhor Alexandre Garcia e o nefasto e racista secretário de Cultura, senhor Mário Frias (ex-Malhação no currículo, ironizado pela primeira dama em Dubai). Esses citados envergonham as pessoas dignas leitoras do jornal, quando surgem em suas páginas, ruminando tolices. Deveria ser-lhe negado espaço. Estultice não é liberdade de expressão! A exposição de ideias devem ser sem fundamentalismos ideológicos ultrapassados. Estou apenas demonstrando repulsa ao sabujismo fanático que prospera galopante cevado pelo cartão corporativo e outras mamatas.
Renato Vivacqua,
Asa Norte
Eleições
O senador Rodrigo Pacheco é um patético imitador de Juscelino Kubitschek. É o fim da picada. É mais um engravatado ciscando na rinha como pré-candidato a presidente. Grandalhão, apessoado, terno alinhado, voz de locutor, o presidente do Senado, tenta passar ao público silhueta e características diferentes de outros concorrentes. Morro de rir. Bobagem, chove no molhado. A falsa e enfadonha indignação e a preocupação com dificuldades do Brasil não comovem mais ninguém. São todos do mesmo saco sem fundo. O figurino é o mesmo. O eleitor atento e tarimbado não cai mais em conversas fiadas nem espera que promessas mirabolantes sejam cumpridas. É manjada e surrada a marola de alguns pré-candidatos. Almejam, na verdade, ser lembrados para vice-presidente. O script da disputa política é cômico e falso. Brigam, ameaçam, trocam xingamentos e empurrões, berram pelos cotovelos e narinas. Depois do pleito, juntam os cacos, lavam a lama e trocam juras de amor. Seguem a máxima de Davi Alcolumbre, "eu te ajudo e você me ajuda". O eleitor, por sua vez, volta a ocupar o lugar de costume. Com a alma de eterno figurante, ultrajado e esquecido. Chupado como laranja. Não fica nem com os bagaços. Novamente percebe que foi enganado. O estômago fica embrulhado. Caso precise recorrer ao político que votou, é crivado com as costumeiras desculpas: "Viajou"; "Está em reunião"; "Ligue depois"; "Quer deixar recado?" Até quando, meu Deus?
Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
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