Black Friday
Desde o tempo do Império, o brasileiro é siderado em tudo que vem do exterior. Não há muito usava-se terno de casimira inglesa em pleno verão. Era chique. Continuamos colonizados culturalmente. Agora, surge a pouco confiável Black Friday para estimular nosso consumismo tosco. Duvido muito, apesar de ter ouvido na tevê, que seriam investigadas suas ilicitudes. Ora, o governo não vai se incomodar com os poderosos e gananciosos empresários. Tira votos. Enquanto isso, encilhados na desculpa da crise se atulham de benesses impunes. As escolas continuam sucateadas, a fome institucionalizada, a miséria devastadora com devedores desesperados e desolados. Eu mesmo quase fui espoliado. Precisava de um eletrodoméstico e fiz pesquisa. Resolvi esperar a Black e, para meu espanto, durante o evento, o aparelho custava entre 40% e 50% mais do que no dia que pesquisei. Um roubo! Agora, só falta (como fez o papagaio da Havan) colocar uma Estátua da Liberdade na Praça dos Três Poderes ou transformar o Centro Administrativo de Taguatinga numa réplica do Coliseu. Vai ser a glória! Um adendo: os trouxas que compram pela internet ainda são mais parvos. Um recebeu um tijolo no lugar de um celular caríssimo que encomendara. Outro, sabão em pedra no lugar do sapato italiano. Bem feito! Chega de conselhos, se quiserem continuar fazendo papel de bobos, com grilhões no pescoço, não chorem depois nos balcões do Serasa.
Renato Vivacqua,
Asa Norte
Desesperança
Há momentos, diante de tantas notícias ruins, que imaginamos que este país não tem jeito. Que segue de mal a pior. A roubalheira dos políticos tem o aval de juízes, que os inocenta diante de provas incontestáveis. Enquanto isso, milhões passam fome. Outros milhões estão desempregados e sem perspectiva de futuro. As forças de segurança pública se transformam em vingadoras e executam centenas de homens e mulheres da periferia. As sequelas da covid-19 são ignoradas. Os órfãos da pandemia não são merecedores de atenção do Estado, sempre indiferente às carências da população... Parece que as autoridades só têm projetos para massacrar a população sofrida e desesperançada. O presidente declara que voltaria a usar farda se a exclusão de ilicitude para policiais fosse aprovada. Recusa-se a estabelecer barreiras sanitárias para as novas variantes da covid-19. O Congresso mantém sob segredo o dinheiro desviado da população para atender interesses políticos e sabe-se lá o quê mais de deputados e senadores do amaldiçoado Centrão. Se os eleitores, no ano que vem, não acordarem para tantos desmandos, o Brasil não terá futuro e seu povo será extinto à míngua. Os políticos sobreviventes não terão mais de quem roubar. Provavelmente, travarão uma disputa fratricida e, quem sabe, o país poderá renascer.
Daniel Pacheco,
Asa Norte
Um afago no coração
Um sentimento poderoso que afagou o meu coração proveio do Caldas, o gentil garçom que nos atendia no clube Cabana da Barra, e se deu quando, um dia, ele se aproximou de mim, cerimoniosamente, e me perguntou se poderia tratar de um assunto particular e muito importante, comigo. Ele queria me contar que o pai dele havia morrido quando sua mãe estava grávida dele, com quatro meses, e que, desde que tomou consciência dessa falta, passou a reparar as pessoas com as quais ele lidava para idealizar, entre elas, qual a que ele gostaria, nesses sonhos, que tivesse sido o seu pai. Pois, com lágrimas nos olhos, ele desabafou comigo, emocionado ao extremo, dizendo que essa busca havia terminado, quando ele observou a ligação de amor e afeto que existia entre mim e o meu filho, de 5 anos, e passou a admirar o modo terno e carinhoso como nós nos dávamos...
Lauro A. C. Pinheiro,
Asa Sul
Tucanos
Lembro do surgimento do PSDB, formado por dissidentes do MDB, durante a Constituinte (1987/1988). Entre os líderes da formação estava o então senador Mário Covas, de São Paulo, o então senador Fernando Henrique Cardoso e vários outros políticos respeitados pelas suas posições democráticas e preocupação com a formação de um Estado democrático, social e economicamente mais justo. Surgia um partido mais afinado com os ideários de centro-esquerda. Ledo engano. Hoje, o tucanato está perdendo as penas, não consegue alçar voos elegantes como o da ave escolhida como símbolo. Seus integrantes são os que votos dão ao projeto danoso da extrema-direita, liderado pelo capitão Bolsonaro. Que virada nociva ao Brasil.
André Villas,
Sudoeste
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