Numa caminhada no fim de semana, tive a grata surpresa de perceber que a maioria das pessoas estava de máscara nas ruas, a despeito de ter caído a obrigatoriedade do uso em ambientes abertos. Espero que essa postura perdure. Não importa o que governantes argumentem, a pandemia não está controlada.
A Organização Mundial da Saúde repetiu, inúmeras vezes, que a máscara é fundamental para suprimir a disseminação do novo coronavírus e, o mais importante, para salvar vidas. As variantes do vírus ainda estão em circulação. Se uma pessoa entra em contato com alguém infectado, o protetor facial é um obstáculo à contaminação. Por que abrir mão disso? Qual é o prejuízo de manter o uso de máscara mesmo em ambientes abertos?
Além de nos protegermos, ajudamos na segurança de idosos — mais vulneráveis à doença — e de crianças. Elas ainda não têm data para serem vacinadas. A Pfizer deve formalizar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nos próximos dias, o pedido para uso do imunizante em meninos e meninas de 5 a 11 anos — o que, portanto, deve ser autorizado brevemente. Para os que estão abaixo dessa faixa etária, porém, ainda não há perspectiva de vacina.
Nem todos, infelizmente, despertam para o cuidado com o outro. Duas semanas antes do decreto do governo local que aboliu a obrigatoriedade de máscara, eu estava numa das tais caminhadas com as crianças. No sentido oposto, vinha um senhor sem a proteção facial. Nós mudamos de calçada, como sempre fazemos em situações assim. Ele percebeu e, do lado de lá, gritou que não era necessário usar máscaras "porque estamos ao ar livre". Respondi que nós as manteríamos. O homem foi embora resmungando. Uma idosa que cruzou com ele veio falar comigo. "Aquele homem disse para vocês não usarem máscara?" Confirmei. Ela fez cara de reprovação e contou que estava com um parente intubado por causa da covid-19. "Eu é que não vou deixar de usar", me disse.
Está certíssima, essa senhora. Eu e minha família também nem sequer cogitamos deixar a máscara de lado, seja em ambiente fechado, seja no aberto. Só a dispensaremos quando cientistas e especialistas sérios assegurarem que ela realmente não é mais necessária. O incômodo que a máscara eventualmente causa é ínfimo diante da segurança que proporciona numa pandemia responsável por quase 610 mil mortes no Brasil.
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