Com o avanço da imunização no Brasil, onde mais de 53% da população está vacinada com as duas doses ou dose única, algumas regras de prevenção e proteção começam a ser flexibilizadas em alguns estados e municípios. Uma delas, que preocupa especialistas na área de saúde, diz respeito à liberação do uso de máscaras em espaços públicos. No Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) desobrigou a utilização em locais abertos a partir da quarta-feira, dia 3, com base em 71% do ciclo vacinal completo. Em decreto publicado na última terça-feira, o governo estabeleceu que o item permanece necessário em outros tipos de ambientes, inclusive condomínios, comércios e no transporte público.
No Rio de Janeiro, a lei que flexibiliza o uso de máscaras no estado já está em vigor desde a última quinta-feira, aprovada pela Assembleia Legislativa (Alerj). Na edição extra do Diário Oficial, o governo recomenda aos municípios, para a liberação, a adoção de critérios como a presença ou não do distanciamento social, ambiente aberto e fechado, percentual de vacinação da população (pelo menos 65% de pessoas imunizadas) e a realização de eventos-teste, entre outros.
No mesmo dia, a Prefeitura do Rio também flexibilizou o uso de máscaras em lugares abertos. Na justificativa para a liberação, o prefeito Eduardo Paes (PSD) disse que a cidade alcançou 65% de toda a população devidamente imunizada e, caso haja piora no quadro epidemiológico, a decisão pode ser revista. Em Belo Horizonte e São Paulo, houve retirada de algumas restrições em função da pandemia, como horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, bares e restaurantes,
shows, mas a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos se mantém.
A argumentação de estados e municípios que estão flexibilizando o uso de máscaras em espaços abertos é baseada no avanço da imunização contra a covid-19 e na estabilidade no número de mortes e casos da doença. De fato, desde o começo da pandemia no Brasil, no início do ano passado, as estatísticas mostram queda nos óbitos (média inferior a 400 casos por dia) e na transmissão do coronavírus, cuja taxa é a menor desde que começou a ser medida.
O Brasil registra quase 606 mil mortes pela doença em quase dois anos e cerca de 22 milhões de pessoas contaminadas pela covid-19. Mesmo que os números estejam em queda ou estabilizados em alguns estados, infectologistas se mostram preocupados com a flexibilização do uso de máscaras em espaços abertos diante do surgimento de novas variantes e na livre circulação entre estados e países que ainda registram altos índices de infecção.
Em Belo Horizonte, onde as medidas de proteção contra covid-19 ainda seguem mais rígidas, a velocidade de contágio segue avançando. Na quarta-feira (27/10), a taxa de transmissão (RT) registrada foi 1,02, ante o balanço anterior, ou seja, cada 100 pessoas espalham o vírus para outras 102. O patamar desejável é sempre menor do que um. Acima disso é o que os especialistas classificam como "nível de alerta" ou amarelo.
Esse balanço no aumento e queda no número de casos em vários estados e municípios brasileiros reforça o que vários especialistas falam sobre não baixar a guarda neste momento em que o vírus ainda continua circulando. Apesar de a situação se manter estável, diante do avanço da vacinação e com o reforço da terceira dose para públicos determinados, é importante manter o uso da máscara de proteção e evitar aglomerações.
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