OPINIÃO

Visto, lido e ouvido — Na Cop- 26, o Brasil na contramão

Quem menos tem acreditado nas promessas dos governantes é a Terra, que segue em seu propósito firme de aquecimento global, até que o último ser humano seja varrido para sempre da superfície do planeta. O tempo não espera por ninguém e muito menos o meio ambiente, agredido pela insana ação humana. Enquanto as conferências sobre o clima se sucedem no tempo e em diversas partes do mundo, o aumento da temperatura — o efeito estufa é uma realidade — continua a surpreender e a estremecer nações.

O planeta não é o mesmo e, possivelmente, jamais será como antes. O que fizemos com a nossa própria casa no espaço terá um preço a ser pago até mesmo pelos mais ardorosos e precoces ambientalistas. Enquanto isso, as conferências do clima seguem em seu processo de convencimento das nações de que o relógio do apocalipse aponta para a hora fatal.

Estamos na 26ª edição da Conferência das Partes (COP26), a ser realizada, desta vez, na cidade de Glasgow, na Escócia, bem na undécima hora do tempo que nos resta. Os olhares do mundo estarão focados nesse encontro, para onde o Brasil enviará uma numerosa comitiva, composta apenas por personagens do segundo escalão do governo, uma vez que, até o momento, o presidente Bolsonaro não deu mostras de que irá ao encontro que ele mesmo receia lhe ser bastante hostil, dentro e fora do pavilhão das reuniões. Na verdade e por motivos diversos, o Brasil se tornou um pária nos assuntos envolvendo o meio ambiente, por teimosia, declarações infelizes e decisões contrárias à corrente mundial.

Quando um chefe de Estado faz alguma afirmação fantasiosa sobre a realidade de seu país, principalmente aquelas que os milhares de satélites em torno do planeta veem a cada segundo, os governantes de todo o mundo estão previamente abastecidos de todas as informações reais possíveis. Não adianta esconder florestas inteiras debaixo de discursos e frases de efeito. O mundo sabe muito bem em que condições estamos. Antes mesmo de a comissão brasileira chegar a Glasgow, os governos dos países desenvolvidos, muitos deles parceiros do Brasil, estão informados de que a Amazônia, segundo os cientistas, emite mais CO² do que absorve, configurando um fenômeno jamais imaginado em toda a história humana.

A razão dessa inversão, que afetará todo o mundo, está no desmatamento e nas queimadas, que, nos últimos anos, atingiram níveis surreais. Isso significa, para muitos, que a Amazônia não pode ser mais considerada como o pulmão do mundo. Morreremos asfixiados pela falta de oxigênio, como dezenas de pacientes na cidade de Manaus durante o pior período da covid-19 .

Com relação ao assunto pandemia, que também deixa consequências na COP26 e no mundo em geral, quando a comitiva do Brasil chegar para os primeiros dias de debates na Escócia, estarão devidamente disseminadas, entre os participantes de todo o mundo, as informações sobre o relatório final da CPI da Covid. Não bastassem os fatos imaginários que depõem contra o país e os brasileiros, o Brasil é, segundo relatório elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU) , o país que mais regrediu em suas pretensões de reduzir as emissões de gás carbônico (CO²), entre todas as nações com presença na COP26. Ou seja, chegará ao encontro como sendo um país rebelde e, rotineiramente, contrário às preocupações reais da humanidade. Preparem a pipoca para esse encontro na Escócia.

 

A frase que foi pronunciada

“Não importa quão alto você esteja. A lei ainda está acima de você.”
Sergio Moro


Honra ao mérito
Bem lembrado pelo deputado Leandro Grass. O GDF recebe da União verba que deve ser repassada para instituições como o Ceal. Até agora, a instituição pena com a falta da assinatura do convênio arriscando parar as atividades deixando mais de mil pessoas, a maioria crianças e adolescentes surdos, autistas e com dificuldades de aprendizagem, sem assistência. Se o Ceal faz tanto pela população, o mínimo que se espera do governo é a contrapartida, como reconhecimento ao trabalho sério de profissionais que se dedicam com afinco.


Excesso
Espalhando excrementos e carrapatos por onde passam, as capivaras continuam reinando na capital federal.


Agito
Sociedade Brasiliense de Olho, no Chá da Lasthênia tradicional, em Brasília. Surgiu na década de 1960 por iniciativa de Lasthênia Tourinho de Almeida, esposa do então ministro do Superior Tribunal Militar, general Reinaldo Mello de Almeida, quando um grupo de voluntárias amigas fizeram as primeiras reuniões para arrecadar recursos para instituições de caridade de todo o país.

 

História de Brasília

Não é verdade o que têm dito sobre cristais de Murano, prataria inglesa, porcelana inglesa e tapetes persas. É mentira. Os cristais são Padro, a prataria é Wolf, a porcelana é de Santa Catarina e os tapetes são de São Paulo.
(Publicada em 13/2/1962).