OPINIÃO

Menino, quem foi teu mestre?

Há profissionais marcantes nas nossas vidas. Professor, por exemplo. Basta fechar os olhos e trazer à memória a carinha deles. Sim, temos boas e más recordações da sala de aula. Faz parte. Afinal, nem o mestre dos mestres — Jesus Cristo — agradou a todos com aulas magnas de sabedoria.

Ontem, foi Dia do Professor. Deveria ser sempre. Ensinar é um dom. Aprender e compartilhar conhecimento, uma bênção. Honrá-los, um dever. Recordo-me de alguns nomes marcantes na minha vida acadêmica, do ensino fundamental ao universitário.

Comecei a gostar de escrever por causa da professora de português Glícia, no colégio Ciman do Cruzeiro Novo. De literatura, também. Escolhi o jornalismo, entre tantos motivos, devido à narrativa de livros como O Gênio do Crime, de João Carlos Marinho.

Uma rápida resenha: a obra trata sobre Seu Tomé, um homem bom, proprietário de uma fábrica de figurinhas de futebol. Há cromos fáceis e difíceis, fabricados em menor quantidade. Quem enche o álbum recebe bons prêmios. Porém, surge uma firma clandestina. Ela produz figurinhas raras e as vende livremente. Os personagens Edmundo, Pituca, Bolachão e Berenice entram em cena para investigar a indústria clandestina. Recomendo. “Tia” Glícia indicava, ainda, histórias da coleção Vaga-Lume. Eu adorava.

Nunca fui fã de matemática, mas tive um professor, no Centro de Ensino Médio do Cruzeiro Velho, antigo Ginásio, que curou meus traumas. Saudades do professor Muniz. Figuraça. O carequinha tinha arte de ensinar brincando, de maneira lúdica. Ouço, ainda, o eco do piano da professora Jandira, esposa do amigo Osório, nas aulas de arte.

Ali aprendi a amar literatura com a professora Hilda. Encontrei-a um dia desses no supermercado, no Cruzeiro Novo. Adorava, também, as aulas de redação do professor Macário, no Elefante Branco. Foi quem corrigiu minha primeira crônica de futebol.

Amo história e geografia. Disciplinas preferidas. Adorava as aulas de geopolítica do Sérgio Agner no pré-vestibular do Objetivo. Aprovado em jornalismo, aprendi na Universidade Católica de Brasília com Ivany Neiva, Aylê-Salassié, Maria Rita Leal, Sônia Guedes, Newton Scheufler, João José Curvello. Ancorei programa esportivo de rádio chamado Prorrogação, sob orientação de Ana Galluf. Soltava a voz no intervalo da faculdade. Tenho professor na redação do Correio. Obrigado, Ailon, por revisar este texto.

Na vida, os mestres são Ana Maria e Alberto. Meus pais ensinaram algo em extinção: o respeito aos professores. Honrá-los é o primeiro passo para uma revolução com a melhor arma do mundo — a educação.