A política foi conceituada, recentemente, na visão cristã do papa Francisco, como “uma das formas altas da caridade, porque busca o bem comum”. Provém do grego o termo pólis, usado para designar as cidades-estado da Grécia Antiga, comunidades independentes e dotadas instituições formais de governo, cujo poder se exercia pelos próprios cidadãos. Remonta daí a noção de que a política está indissociavelmente ligada às relações pessoais na organização da sociedade. Somos todos seres políticos.
Nas democracias representativas, por meio dos mandatos, tornamo-nos os representantes, no Executivo e nas Casas Legislativas, dos anseios da população, tendo nos parlamentos, notadamente, a função legiferante de construir, a partir da pluralidade, os arcabouços legais, bem como a análise e fiscalização dos orçamentos públicos que respaldam os custeios e investimentos, efetivados em projetos, ações e programas sociais.
Enfatizando as casas legislativas, estando delegada aos eleitos a representação cidadã, nunca é demais reavivar a cláusula pétrea da Constituição: “O poder emana do povo e em seu nome será exercido”. Régua máxima que está a exigir avanços ao encontro dos desafios da contemporaneidade do mundo real, com a virtualidade da internet, das redes sociais, do protagonismo individual.
Em artigo publicado neste jornal, com o título Minas Republicana, fizemos o registro histórico da união de forças políticas do estado, no apoiamento à postulação do senador Rodrigo Pacheco à Presidência do Senado. Lembramos, também, a presença de Minas em momentos e episódios derradeiros do destino da pátria e, com tal credencial, a importância do nosso retorno à centralidade da política nacional.
No crepúsculo do segundo ano Legislativo, sob a presidência de Rodrigo Pacheco, é incontestável que a Câmara Alta tem se notabilizado no esplendor da sua missão revisora e como protagonista de importantes iniciativas, com inúmeros marcos relevantes de seu mister em benefício da sociedade brasileira.
Entre as conquistas, destacamos demandas que, embora fundamentais a Minas, persistiam, há décadas, sem solução. Com aguerridos e incansáveis representantes das bancadas de Minas na Câmara Federal e no Senado, vemos resgatados significativos êxitos como, entre outros, a derrubada do veto presidencial permitindo, assim, a inclusão de 81 municípios do Vale do Rio Doce no escopo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Outro pleito histórico, agora realidade, trata-se da imediata implantação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF 6), com sede em Belo Horizonte.
Amigos e caros leitores, no horizonte que se desponta, teremos, mais uma vez, cada um de nós, cidadãos, o poder das urnas. Minas será o fiel da balança por tudo que é, por tudo que somos. Ao escrever essas palavras, vem-me, como farol, a memória de Juscelino Kubitschek: a perenidade de sua trajetória e seus ensinamentos referenciais. Quando disse “sou conciliador por natureza”, JK evidenciou que os instrumentos da política são o diálogo e a busca de consensos, ambos exercitados à exaustão.
Ao afirmar “costumo voltar atrás, sim. Não tenho compromisso com o erro”, Juscelino nos adverte para o respeito à pluralidade de convicções. Aponta para a necessária consideração das opiniões diversas, algo fundamental à democracia, aos direitos das minorias e à liberdade, preceitos intrínsecos à cena da disputa eleitoral, em que sempre deve haver contendores — jamais inimigos. Como bússola, o estadista nos deixou o permanente alerta “é inútil fechar os olhos à realidade. Se o fizermos, a realidade abrirá nossas pálpebras e imporá a sua presença”. Por derradeiro, a imprescindível boa-fé e crença de JK em nosso país, onde sempre haverá semeadura e renovação da esperança: “Creio na vitória final e inexorável do Brasil como nação”.
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