>> Sr. Redator

Paulo Freire

Enquanto o mundo inteiro celebra, de mãos dadas, o centenário de nascimento do educador pernambucano Paulo Freire, ainda teimam em povoar as cabeças dos brasileiros as considerações insanas excretadas pelo nosso presidente sobre ele, em 16/12/2019, depois de blasfemar contra a programação da TV Escola: trata-se de um “energúmeno, ídolo da esquerda”. Para quem não se lembra, Paulo Freire é o patrono da educação brasileira e o personagem mais laureado internacionalmente da nossa história, com pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa, procedentes de universidades da Europa e da América. Além disso, é detentor do prêmio da Unesco de “Educação para a Paz”, outorgado em 1986.
» Lauro A. C. Pinheiro,
Asa Sul


ONU

“Podem ter certeza: lá teremos verdades. Lá teremos realidade sobre o que é o nosso Brasil.” As belas palavras são do presidente Bolsonaro(18/9), que promete levá-las na mala para Nova York, onde discursará na abertura da 76ª sessão da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O mito de barro lembrará a conversa mole do bordão “Brasil imunizado”. Embora apenas perto de 35% dos brasileiros já estejam imunizados com as duas doses. Enquanto quase 590 mil pessoas já morreram por conta da covid. Como garante que dirá a verdade na ONU, Bolsonaro citará outros bordões que realmente fazem parte do cotidiano da população. Discursará em português, porque é monoglota. Mas suas candentes palavras correrão o mundo, com traduções simultâneas em dezenas de idiomas. Prestígio é isso. Nessa linha, Bolsonaro trovejará: Brasil ultrajado, vilipendiado, atrasado, humilhado, rasgado, destrambelhado, desfigurado, desgovernado, esfomeado, desrespeitado, desempregado, desatinado, desgraçado, achincalhado, desmoralizado, desativado, desonrado, desarticulado, envergonhado e esborrachado aos olhos do mundo.
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte


Espaço do leitor

Há quem garanta que o espaço do leitor do Correio se tornou espaço de catarse daqueles que não mais suportam a vilania do bolsonarismo totalitário e vergonhoso. É um espaço de desabafos, democrático, de manifestação e destaque das desgraças que jorram contra os brasileiros por um presidente inábil, que direciona suas ações para criar cortinas que escondam os malfeitos de seus filhos, todos alvo de investigação de corrupção e associação com organizações criminosas. A máscara de paladino da luta contra a corrupção, há muito, caiu. As quase 600 mil vítimas da covid-19 mostraram o seu total descompromisso com a saúde pública. E vejam 600 mil morreram pela inépcia, pelo negacionismo, pela propaganda enganosa e letal de remédios ineficazes e, mais, agora sabemos que a vacinação foi atrasada devido às negociatas que ditaram e atrapalharam a aquisição de vacinas, como bem e comprovadamente tem sido demonstrado, com provas, a CPI da Covid. Quantos outros milhares não morreram por sucateamento das redes públicas de saúde? O competente governo bolsonarista ressuscitou a inflação, levou o desemprego a taxas inéditas (15 milhões), reescreveu o Brasil no Mapa Mundial da Fome (19 milhões de famintos), elevou o número de homicídios, sobretudo dos pretos e pobres, trabalha arduamente para destruir a Amazônia, por meio de garimpos, queimadas e desmatamentos criminosos. São tantas desgraças que o espaço do Correio se tornou uma bênção ao se transformar em tribuna para a voz popular, uma vez que o ogro inquilino do Planalto eliminou todos os conselhos, onde os setores organizados da sociedade tinham voz. Viva o espaço do leitor! Viva o Correio Braziliense e todos os veículos de comunicação que dão voz à cidadania ainda restante!
» Giovanna Gouveia,
Águas Claras


Eleição

» O campo da política é realmente surreal. Propaga-se com veemência, a derrota do timoneiro anticorrupção. Não há termômetro mais preciso do que as manifestações de rua. Neste Sete de Setembro, estiveram em apoio ao Presidente, 30 milhões de verdadeiros patriotas, lotando os logradouros públicos de todo o país. Basta uma simples operação, para se chegar a um resultado óbvio. Calculemos por baixo que, dos trinta milhões de manifestantes, tenham na família, 2,8 parentes que os seguirão. Isso dará um total de 84 milhões de votos, acima porquanto, dos 75 milhões sufragados no primeiro turno da eleição passada, quando foram surrupiados 18 milhões de votos. Torna-se importante frisar que, as urnas serão auditáveis, por exigência do “Supremo Tribunal Popular”. A quem interessa o não combate à corrupção, cujo crime, beneficia uns poucos e provoca fome, miséria e mortes na maioria, além da degradação ética e moral do país, aqui e lá fora?
» Jivanil Caetano de Farias,
Jardim Botânico