Neste mês, o Sesc completa 75 anos. Uma trajetória que nos dá muito orgulho. A longevidade de nossa instituição traduz o sucesso da sua inestimável colaboração com o Brasil. Do cenário do pós-guerra de 1946, um momento de transição e expectativas, até uma pandemia mundial, que modificou completamente o cotidiano das pessoas, das empresas e dos negócios, o Sesc mostrou solidez e também precisou se reinventar.
Criado com o propósito de proporcionar bem-estar ao trabalhador do comércio e sua família, o Sesc foi muito além. Evoluímos paulatinamente, acompanhando os anseios da sociedade e as mudanças globais. Ao longo dessas décadas, criamos uma moderna e complexa estrutura de serviços, única no mundo, pelo modelo integrado de gestão, que atende o Brasil do Oiapoque ao Chuí.
Gestão é realmente uma palavra-chave na caminhada do Sesc. Coordenar um sistema nacional, que atua em cinco áreas — educação, cultura, saúde, lazer e assistência —, e atende, diariamente, milhares de pessoas, só é possível com capacitação profissional, dedicação e visão de futuro. Além disso, em um país de dimensão continental, que abriga tantos sotaques, etnias, costumes e tradições, não caberia uma atuação única. Para valorizar a diversidade — característica marcante de nossa instituição — optamos por uma gestão descentralizada, em que sua presença nacional respeita os valores locais, multiplicando as riquezas e os muitos saberes do nosso país.
Todo esse trabalho foi criado com um foco: o trabalhador. A valorização do empregado pauta a atuação do Sesc e, para ele, tivemos um olhar diferenciado, que o tirou da condição de mão de obra para colocá-lo como protagonista e aliado na construção do país. Investimos no seu potencial e criamos oportunidades para seu crescimento, proporcionando condição para uma vida de qualidade e de bem-estar para toda a sua família. E nesse desenho, o foco foi sendo ampliado cada vez mais para potencializar o papel do Sesc como propulsor de oportunidades para todos os públicos, desde as crianças até os idosos, porque cuidar do trabalhador e da sociedade como um todo é investir no desenvolvimento do país.
Cabe destacar que o sucesso dessa trajetória não é um mérito isolado da instituição. Caminhamos ao longo desses 75 anos lado a lado com o governo, a iniciativa privada, o empresariado e entidades de classe ligadas ao comércio de bens, serviços e turismo, além de diversas organizações não governamentais, entre outros organismos sociais, inclusive do exterior. Afinal, no mundo globalizado, não há mais espaço para o trabalho sem parceria. Os interesses da sociedade estão hoje totalmente interligados, e somente a união de esforços e a participação ativa de diferentes setores podem promover igualdade e inclusão tão necessárias em nosso país.
A pandemia é o exemplo mais recente da força da solidariedade. Por meio do programa Mesa Brasil Sesc, empresas e sociedade civil se uniram em novas parcerias para levar a famílias em situação de vulnerabilidade cestas básicas, garantindo alimentação de qualidade e proporcionando esperança em dias melhores. Apenas em 2020, foram mais de 50 milhões de quilos de alimentos distribuídos em todo o país, um recorde do programa, que atua no combate à fome e ao desperdício de alimentos há 27 anos.
Celebramos esses 75 anos em meio a uma situação adversa, de incertezas. Sentimos o baque econômico que a pandemia nos trouxe e, como todos os brasileiros, choramos pelas milhares de vidas que se foram, vítimas de uma ameaça invisível aos nossos olhos. Mas esse sólido trabalho de sete décadas e meia, que compartilhamos com os mais diversos setores da sociedade, nos motiva a continuar. Olhar para trás e ver quantas histórias compõem esta narrativa nos dá a certeza de que vamos seguir por muitas outras décadas trilhando um caminho em prol do Brasil.