Godzilla
Ler jornal não é apenas ler notícias, reportagens e artigos. É ler, também, imagens. As charges são verdadeiras aulas lúdicas de interpretação do momento político, quebrando sua sisudez. É só ver a charge de Kleber no CB (9/9), onde, de um helicóptero, são jogadas ao ar notas de repúdio para chegar aos cidadãos lá embaixo na cidade denunciando as arbitrariedades cometidas por um histérico monstro que deixa rastros de destruição com sua desvairada cauda. A interpretação é de que o presidente do Brasil é o Godzilla — personagem de 32 filmes que personifica o medo — aterrorizando o país com seu comportamento incauto. Implícito está que as notas são manifestações, principalmente, de representantes do Congresso e do Judiciário, como a do insípido e inofensivo procurador-geral do presidente, digo, da República; a do polido e inofensivo presidente do Senado; a do subordinado e inofensivo presidente da Câmara dos Deputados e, como salvadores da pátria, os mordazes ministros do Superior Tribunal Federal (STF) e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (STE). O balão com a fala de alguém do helicóptero é profético e perspicaz na análise política do chargista: “Essas notas de repúdio devem controlá-lo”. Dito e feito. No dia seguinte, o Godzilla que estava acima de tudo e de Deus, murchou. Virou uma oncinha pintada, um miado de gato, um cachorro vira-lata chutado até por seus correligionários ferrenhos. A perplexidade pode ser temporária. Mas aí aguardemos a sagacidade dos novos traços do chargista.
» Eduardo Pereira,
Jardim Botânico
Sem arrego
Não. Bolsonaro não arregou. O presidente da República, após o Dia da Independência para jamais esquecermos, veio, como deveria vir sempre, à nação, por meio de uma carta, acenar com bandeira branca. O chefe da Nação se redimiu dos ataques enlouquecidos a outros Poderes, em especial aos membros da Suprema Corte. Bolsonaro pediu desculpas a Alexandre de Moraes. Esse ministro tem exagerado em suas decisões em relação a apoiadores e redes sociais. Uma carta que, a meu ver, declina para uma retomada da economia, da Bolsa, da credibilidade dos investidores no país. Há de se conscientizar que a ameaça de impeachment (sem razão) levaram o presidente amenizar suas críticas e seus ataques a outros Poderes. Aguardemos (eu como seu eleitor) que tal missiva não seja tão somente um engodo. O Brasil precisa de um combatente que tenha a credibilidade do povo como demonstrado no dia 7 de setembro. Juízo, senhor presidente. Juízo, senhor ministro Alexandre.
» José Monte Aragão,
Sobradinho
Alerta
Atenção, ministro Alexandre de Moraes. O presidente Bolsonaro atacou violentamente o Supremo Tribunal Federal (STF), segundo reportagem na edição de 10 de setembro do conceituado Correio Braziliense. Chamou-o de “farsante” e de provocar a “chacota e o desprezo mundial.” E de “falta de compostura.” Tome, excelso ministro, as devidas providências legais, no inquérito das fake news, com a máxima urgência.
» Joares Antônio Caovilla,
Asa Norte
Vacinação
O editorial do CB (10/9) versa sobre reforço vacinal. Os fabricantes das vacinas experimentais recomendam duas doses; apenas uma vacina experimental é em dose única. De onde veio a decisão de aplicar a terceira dose? Do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde e da Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19, todos órgãos políticos e técnicos. Em qual comprovação científica multicêntrica duplamente cega se baseia essa decisão? Não existe. A alegação que baseou a campanha pelo descrédito de medicamentos antigos e de ação comprovada não é levantada como bandeira no caso da terceira dose. Médicos que curaram pacientes com ivermectina e hidroxicloroquina foram perseguidos e são apontados como criminosos pelos doutos senadores da farsesca CPI da Covid. Essa terceira dose não tem endosso de nenhum cientista respeitado. Nem mesmo do paladino da vacinação, o governador João Doria, que, em entrevista, disse, enfaticamente, que seria uma inutilidade. E tanto não tem lógica que a Turquia está aplicando a quarta dose. Logo virá mais algum político com a brilhante ideia de aplicar a quinta dose e, assim, sucessivamente. Ponho em dúvida o objetivo de proteção imunológica dessa terceira dose. Reconheço, porém, que vai ao encontro dos objetivos financeiros dos fabricantes.
» Roberto Doglia Azambuja,
Asa Sul