Eleições
Os militares só podem estar malucos se decidirem apoiar essa ideia de acabar com as eleições de 2022. Com a democracia, todos lucram inclusive eles próprios, que têm uma carreira profissional tranquila, com privilégios garantidos pela Constituição e com ótima remuneração em seus cargos. Tudo isso sem fazer muito esforço , sem se misturar com a política, sem meter a mão em negociatas do governo (pelo menos essa ainda é a imagem que temos das Forças Armadas). Para o país crescer em todas as áreas, é essencial a democracia e o voto livre de todos os brasileiros.
» Washington Luiz Souza Costa,
Samambaia
O amor é lindo
O voraz Centrão e o temperamental Bolsonaro juntaram os trapos e oficializaram a união. Com juras de amor eterno. “O casamento do ano”, definiria o colunista Ibrahim Sued. Chutes na virilha e cusparadas na cara ficaram no passado. Bolsonaro garante que tem muito amor para dar. Além de caneta cheia de tinta para oferecer ministérios, emendas, cargos em diversos escalões e fundos. Dedicará todo seu charme para que a lua de mel com o Centrão seja inesquecível e resulte em numerosa prole e votos. Por sua vez, o compositor bissexto, ministro Augusto Heleno, deletou da memória, do computador e das redes sociais estrofes que cantou, quando o governo navegava em águas tranquilas, debochando do Centrão. Com aplausos da plateia. Desta feita, Heleno mostrou sua imensa versatilidade musical, compondo novos versos, sem ficar corado, para saudar a entrada triunfal do novo e poderoso ministro da Casa Civil, o casto senador Ciro Nogueira: “Centrão, nosso amigo de fé/irmão camarada/parceiro salvador de tantas jornadas/ você é a tábua de salvação de Bolsonaro”.
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Nada mudou
As eleições de 2022 estão na boca do povo. Dá para notar que o eleitorado aguarda ansioso para dizer não àqueles que foram eleitos mentindo descaradamente na campanha eleitoral de 2018. A velha política não foi banida, os conchavos espúrios continuam e o povo, como sempre, segue comendo o pão que o diabo amassou. Os enganadores vão pagar caro. Nada mudou. O Brasil tem hoje aproximadamente 15 milhões de desempregados, 9% da população passando fome e os denominados representantes do povo fazem do Brasil “boi de piranha”. Veja só a pouca-vergonha do Fundo Partidário aprovado pelo Congresso na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022. É o tal “põe no bojo; se colar, colou. E tem os caras deslavadas que, agora, depois da repercussão negativa, fazem cara de espanto e concordam que foi uma afronta aos brasileiros. Espanto e concordância “de araque”. Nós, eleitores, precisamos escolher, é muito difícil, mas é possível, políticos diferentes desses que estão aí fazendo de conta que representam o povo. Está sobrando cinismo. Está faltando hombridade. Há o predomínio da mentira. Há eliminação da verdade.
» Jeovah Ferreira,
Taquari
Fundo eleitoral
Infelizmente, poucas coisas são tão unânimes e reais em nosso país quanto o sentimento de que a política brasileira tem evoluído quase sempre para o pior e, dificilmente, vamos superar problemas, como a pobreza e a desigualdade social, se as instituições políticas não forem radicalmente transformadas. Esta possibilidade, no entanto, está cada vez mais longe do horizonte. Prova disso, a sociedade se deparou com a aprovação vergonhosa pelo Congresso Nacional da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2022, na qual, triplicou o valor do Fundo Eleitoral, passando de R$ 1,8 bilhão, despendido em 2018, para R$ 5,7 bilhões, para custear as campanhas. Pasmem, um aumento de 217%. Absurdo! O maior problema da nossa política é a excessiva fragmentação partidária. Veja que situação estapafúrdia: temos 33 partidos representados no parlamento, mas a maioria deles não representa nada nem ninguém. São meras plataformas para obtenção de benefícios privados, bem como seus parlamentares eleitos terem foro privilegiado no Judiciário. A Constituição de 1988, optou por não alterar o sistema de financiamento eleitoral que já existia, e que havia elegido os constituintes. As eleições seguintes se realizaram dentro das mesmas regras de sempre, sem nenhum problema. Eis que de repente, em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que aquele sistema também era inconstitucional e que as campanhas deveriam ser financiadas com dinheiro público, com o pretexto de melhorar a representação política. Legítima utopia e devaneio! Com meus respeitos à alta Corte do país, mas, tenho o STF como o grande responsável pela miséria da política brasileira. A Suprema Corte tem o privilégio de errar por último. No entanto, se seus erros são incorrigíveis, poderiam, pelo menos, ter mais humildade e prudência ao julgar questões de ordem pública e que afetam de modo permanente a vida do país. Isso, contudo, pode ser sonhar demais.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras