Sr. Redator

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Lázaro

Deprimente as imagens dos policiais comemorando a morte do bandido Lázaro Barbosa, com o corpo cravejado de balas. Não se trata de defender o criminoso, incurso em várias infrações penais. Enquanto esteve em fuga, ele provocou pânico e desassossego em várias comunidades. Mas cabe à polícia fazer justiça com as próprias mãos? Faltaram aos agentes técnicas para conter o marginal e levá-lo ao interrogatório e, por fim, ao tribunal, espaço legal de sentença punitiva aos criminosos. As imagens que circulam nas redes sociais mostram que o bandido levou uns 10 tiros, se é que não foram mais. Na verdade, o embate não foi uma reação, mas uma execução. A morte do Lázaro não confere nenhum mérito à polícia. Mostra e reforça a imagem de truculência, cultivada pelos agentes da segurança pública, em especial em relação aos que são pobres e negros, o que causa medo à população. A polícia tem relevante papel na sociedade, mas é fundamental que seja educada e treinada para capturar os criminosos. Não lhes é dado o direito de sentenciar, de forma sumária, quem quer que seja à morte, exceto em situações de legítima defesa. Além disso, eram mais de 200 homens contra um.
» Evaristo Carvalho,
Lago Norte


»Somente após 20 dias o Lázaro Barbosa de Souza foi encontrado. Vi na tevê, o Datena dizer mais de uma vez que a PM-Goiás é uma das melhores do Brasil. Se a PM-Goiás é excelente, altamente qualificada, quem são as piores? E hoje vi o governador, Ronaldo Caiado, dizer que o fugitivo foi preso. Mais tarde, assisti na tev~e que o Lázaro havia levado mais de 10 tiros acima da cintura: como foi preso? Ser preso é uma coisa, ser abatido é outra. Se teve um tiro na cabeça, foi pego praticamente morto. Cabem esclarecimentos. Eu torci para ele ser preso e julgado. Ele teria muito para contar. Por que não atiraram nas pernas dele? Ele não poderia mais correr, e então seria interrogado, julgado e sofrido atrás das grades. Sabemos que há vários criminosos, assassinos, soltos no Brasil, daí outra pergunta. Por que não são procurados como fizeram agora? Devemos rezar pelos familiares das vítimas.
» Eugênio L. Jardim,
Goiânia (GO)


Oposição

Uma observação feita com frequência durante os governos de Lula e Dilma Rousseff era de que nenhum dos dois tinha oposição, uma anomalia de circo, como mulher barbada e o bezerro de duas cabeças, pois todo regime democrático tem de ter uma oposição, queira-se ou não. Até que foi notada, ao longo desse período, a sombra de um partido que fazia o papel de oposição. Mas era o PSDB, e aí é a mesma coisa que não haver oposição alguma. A principal preocupação dos tucanos era não falar mal de Lula, em nenhuma circunstância: conseguiram o prodígio de jamais aparecer em nenhuma das imensas manifestações de massa que, das ruas para o plenário do Congresso, acabariam levando ao impeachment de Dilma e aos sucessivos infortúnios que reduziram o PT ao seu atual estado de miséria extrema. Se Lula e mais o seu sistema de apoio estão indo cada vez mais para o diabo, isso se deve exclusivamente a eles mesmos e aos atos que praticaram. Pois bem: o mundo gira, a vida passa, e onde está, hoje, a oposição real ao governo do presidente Jair Bolsonaro? Também não existe. Existe, obviamente, uma espantosa gritaria da esquerda contra tudo o que o governo fez, acha que deve fazer ou está fazendo. É possível que nunca tenha havido na história deste país tanta indignação por parte dos adversários em relação a quaisquer gestos do presidente e de sua equipe, por mais cômicos, banais e irrelevantes que possam ser. Condena-se tudo, quase sem exceção, incluindo-se aquilo que se imagina que estejam pensando. Mas aí é que está: isso não é oposição, ou oposição não é isso. Isso é fumaça de gelo-seco, que ocupa a maior parte do noticiário sobre a vida nacional. O que há, na verdade, é gente falando mal do governo, por não gostar de nenhuma das posturas que o levaram a ser eleito.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras


Petrônio Portella

No último dia 26, o senhor Lauro A. C. Pinheiro escreveu alguns fatos que merecem melhores esclarecimentos. O ministro Petrônio Portella não foi internado em qualquer hospital. Ele praticamente chegou morto no S.O.S da casa de saúde Santa Lúcia, em 6 de janeiro de 1980. Ele estava sendo assistido em sua residência pelo seu médico, o saudoso Luciano Vieira, que me chamou, conforme eu relato no meu livro: O Hospital que nós amamos, para que procesasse o embalsamamento. Eu assim procedi, fazendo a necropsia a fim de que no futuro fizessem conjecturas a respeito de causa da morte. Ele fez extenso infarto do miocárdio devido a coronariosclerose. Quanto à frase atribuída a Magalhães Pinto, foi muito infeliz, porque, naquela época, Brasília possuía médicos de reconhecido valor, e o quadro clínico do ministro era gravíssimo.
» Helcio Luiz Miziara,
Lago Sul