A repercussão internacional que o estardalhaço da CPI da Pandemia no Brasil está espalhando pelo mundo pode trazer prejuízos para as relações do Brasil com outros países, a situação exige que as autoridades encarem essa decisão da CPI com a maior urgência e seriedade. Não para proteger e blindar essa ou aquela autoridade, caso venha a se comprovar a real culpa de cada um na condução do país durante a pandemia, mas tão somente para resguardar as instituições nacionais e por extensão, assegurar que nenhuma crise, mais profunda, venha a desestabilizar o Estado Democrático de Direito.
Vale lembrar que o presidente já foi denunciado também pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) em janeiro último, por omissões que contribuíram para a piora da crise sanitária, com o ministro da Saúde, general Pazuello, alvo da CPI. Veja no Blog do Ari Cunha o vídeo da CPI da Pandemia no Senado norte-americano. São muitas as informações supridas pelo controle das redes sociais. A plataforma de vídeos YouTube suspendeu a conta do senador republicano Ron Johnson depois de o parlamentar publicar comentários sobre tratamento precoce. É o novo quarto poder calando opiniões diferentes. Vale a pena saber o que está acontecendo também fora do país.
Não é de hoje que o mundo passou a olhar com desconfiança e severidade o presidente Bolsonaro, por suas posições controversas em assuntos delicados como o meio ambiente, os povos indígenas, o incremento dos desmatamentos e a permissividade com que os garimpeiros, grileiros e madeireiros têm agido na região amazônica. Nadar contra a corrente internacional em assuntos melindrosos e que podem acarretar consequências nefastas para o conjunto da humanidade, como é o caso do aquecimento global, jamais poderia render quaisquer resultados positivos para o governo, para a pessoa do presidente ou de qualquer outro que compartilhe de projetos tipo niilista.
Além dos Estados Unidos, o Parlamento Europeu vem alertando o governo brasileiro para as consequências de suas afirmações e ações, mesmo sua campanha de desinformação em plena crise de pandemia. Os produtos da área agrícola brasileiro, mormente os preços e qualidades atrativos, vêm sendo paulatinamente boicotados no exterior pelos danos que sua produção causa ao meio ambiente.
Muitos analistas acreditam que não fossem os chineses, que compram esses produtos sem qualquer preocupação ética com questões como preservação do meio ambiente, nossa balança comercial estaria deficitária háS tempos. O que ninguém conseguiu decifrar até agora é a razão de o próprio presidente alimentar esse moinho que dia após dia vai triturando sua imagem sob os ventos de uma verborragia inconsequente e conflituosa. Trata-se de uma situação inédita de alguém que encontra no espelho o reflexo de seu próprio inimigo que deve ser desconstruído como coisa real.