Marco Maciel
Se há um tipo de político que faz falta no Brasil de hoje, ele é encarnado por Marco Maciel, que faleceu recentemente aos 80 anos, depois de longa enfermidade. Católico praticante, considerava-se um missionário da política. Extremamente culto, leitor de Bobbio e Weber e outros grandes filósofos e cientistas políticos, sua visão política ia muito além do imediatismo que hoje domina nosso cenário partidário, agia com discrição nos bastidores, sempre em defesa da democracia, mesmo que muitas vezes tivesse que olhar o longo prazo para negociar o imediato. “Deve, o político procurar andar mais depressa que os acontecimentos, ver com antecipação e realidade e agir prontamente sobre a causa dos problemas.”Foi assim quando, presidente da Câmara aos 37 anos, teve que se confrontar com o fechamento do Congresso pelo governo do General Geisel. Longe de gestos açodados, manteve-se na ação ao lado dos militares que trabalhavam pela abertura política, mesmo com retrocessos momentâneos. Após a decretação do “Pacote de Abril”, que alterou as regras do jogo para garantir maioria governista no Congresso, Marco Maciel foi, juntamente com o senador Petrônio Portella, um dos mais atuantes no projeto de distensão “lenta, gradual e segura”, que levou à anistia política e à eleição de Tancredo Neves pelo voto indireto. Marco Maciel teve uma carreira política brilhante, sendo eleito deputado estadual, deputado federal, senador e indicado por Geisel governador de Pernambuco, além de ter sido ministro da Educação e Chefe do Gabinete Civil da Presidência no governo José Sarney, centrava sua análise na necessidade de reformas institucionais para fortalecer a federação. Para os que vivem esse tempo de ódio e polarização política, uma frase de Marco Maciel: “Não vejo na divergência ideológica, na diversidade partidária e no pluralismo doutrinário, senão virtudes para as quais se concebeu a democracia representativa.”
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Neoenergia
Não adiantou a privatização da antiga CEB, porque o serviço continua péssimo. A gente liga no 116, faz o pedido e não é atendido. Semanas depois, ligo novamente e ouço do atendente a seguinte mensagem: “Ligue depois porque o sistema está fora do ar”. Parece brincadeira, mas é verdade.
» Sebastião Machado Aragão,
Asa Sul
Sustentabilidade
A economia, a saúde e o meio ambiente caminham juntos no item sustentabilidade. O novo postulado, denominado economia verde, visa ao desenvolvimento econômico com preservação do meio ambiente. Existe no mundo, um movimento das grandes empresas no sentido de incentivar investimentos nessa área. No Brasil, empresas componentes do mercado de ações estão valorizando esse aspecto com percentuais elevados, e que terão benefícios à sustentabilidade e à preservação daquilo que é de maior valor nos dias de hoje : a sustentabilidade, ou desenvolvimento sustentável. Existe uma decisão do G7, grupo das sete maiores economias do mundo, de taxar com impostos às maiores multinacionais, o que trará recursos para uma economia mais sustentável, com incentivos ao meio ambiente.
» Enedino Corrêa da Silva,
Asa Sul
Perdão
Peço permissão para focalizar quatro assuntos: começando com a excelente entrevista de Ana Dubeux (14/6) com a ministra do Superior Tribunal Militar(STM), Maria Elizabeth Rocha. A ministra é mais uma autoridade graduada, respeitada e indignada com a série de omissões do governo Bolsonaro. É clara e incisiva, afirmando que muitas vidas perdidas com a covid-19 poderiam ter sido salvas, se não fosse a ineficiência na compra das vacinas.” Postergada pelo Ministério da Saúde ou em virtude de uma diplomacia que envergonhou a nação e humilhou o Itamaraty”. Boa sacada a divulgação de trocas de mensagens e áudios de jornalistas do Grupo Globo com familiares. Longe dos computadores, microfones e câmeras. Jornalista também é de carne e osso. Tem sangue nas veias. Paga boletos. Jornalista também faz parte da ativa trincheira humana empenhada em resistir a males e temores da brutal pandemia.O técnico Tite entrou na onda hipócrita e servil dos jogadores da Seleção, criticando o presidente da CBF, Rogério Caboclo, afastado do cargo, acusado de assédio a uma funcionária da entidade. A tarefa de Tite é aprimorar a Seleção, rumo à Copa de 2022. Atletas de futebol, sobretudo famosos, não servem de exemplo, pelo contrário, para atirar pedras nem oferecer lições de moral e bons costumes. Ninguém pode ser condenado antes de ser julgado. Atire a primeira pedra quem nunca pisou feio na maionese. Se Caboclo for condenado, que pague com os rigores da lei. O satânico Lázaro Barbosa de Souza existe. É o protagonista do doloroso roteiro de terror que tomou conta do Brasil. O serial killer Lázaro não é mais um fruto amargo da pandemia. É foragido da justiça desde 2018, mas tem antecedentes de crimes e assassinatos desde 2007. Desafia centenas de policiais. Embrenhado nos matagais espessos do Entorno, o monstro Lázaro deixa rastos de pavor e sangue pelo caminho. Dilacera famílias, incendeia carros e casas. Mata e estupra. Como animal selvagem e esfomeado. Caso venha a ser capturado vivo, manda o bom senso que o pavoroso Lázaro venha a ser enjaulado pelo resto da vida.
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte