Invasões
A coluna Eixo Capital (5/6) destacou as construções irregulares em Vicente Pires. Basta um passeio pelas 700 Sul e Norte do Plano Piloto para constatar as invasões de áreas públicas (grilagem urbana) nas laterais e frentes das casas, com edificações de garagens, piscinas, oficinas, salas, quartos, lavanderias, depósitos etc., sem contar as construções em áreas que afrontam e desrespeitam à Escala Gregária e o tombamento da cidade-parque. A quem compete coibir esses abusos: Seduh, Administração de Brasília, DF-Legal, Iphan? “O pior cego é aquele que não quer ver.” Com a palavra, o governador Ibaneis Rocha.
» Amilton Figueiredo, Asa Sul
Saúde
O plano de saúde do GDF para as forças de segurança até hoje não foi implantado. O governador Ibaneis Rocha, a cada discurso que faz, emite uma promessa e nada ocorre. Enquanto isso, os planos particulares fazem festas, com lucros exorbitantes. ANS, que deveria fiscalizar e controlar os preços, queda-se em silêncio. Uma coisa estranha, nos dois casos, está ocorrendo. Há notícia de que o GDF não implantou o plano porque o dinheiro dos policiais é proveniente da União, diga-se, do Fundo Constitucional, e o Ministério da Economia, por questões burocráticas, até hoje não autorizou o desconto. Com tantas dificuldades, o governador deveria autorizar que o funcionário pagasse por boleto, a ser extraído pela internet, ou mesmo, ao ser depositado na conta salário, o próprio BRB, mediante relação a ser enviada por essa instituição para a agência, já com contrato pronto e aceito pelo servidor e pelo sindicato ou pelo órgão de origem (Polícia Civil, PM e Bombeiros).
» José Lineu de Freitas, Asa Sul
Tenentismo
A mais poderosa força política do Brasil, o tenentismo completou recentemente 101 anos. Em seu nascedouro, o movimento abalou as estruturas políticas do país. E, ao longo do tempo, influenciou eventos diversos, como as revoltas de 1922 e 1924, a Coluna Prestes, a Revolução de 1930, a Intentona Comunista de 1935, o advento do Estado Novo, a redemocratização em 1945, o suicídio de Getúlio Vargas, o golpe cívico-militar de 1964 e, mais recentemente, a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018. Vale registrar que o tenentismo tem origem no positivismo de Benjamim Constant, que, por sua vez, influenciou a quartelada que derrubaria o Império. O tenentismo tem também uma ainda pouco estudada inspiração nos movimentos liderados pelo marechal Kemal Atatürk, que acabou com o Império Otomano e fundou a República Turca. No Brasil, os tenentes de 1920 eram conhecidos como jovens turcos, justamente por causa de seu ideário reformador, tal qual Atatürk. Nossos tenentes eram quase todos saídos da Escola Militar do Realengo, na Zona Oeste do Rio. A instituição profissionalizou o Exército e reforçou seus credos, tornando parte de seus alunos protagonistas da política nacional, além de eles virarem mentores dos que os seguiram. O tenentismo pregou fortemente contra as oligarquias, a política conciliatória do “café com leite”, a corrupção e o loteamento de cargos, e defendeu o aperfeiçoamento do sistema eleitoral, o intervencionismo nacionalista na economia e uma agenda reformista do sistema educacional, entre outros temas que ajudaram a construir um ideário de enorme peso na tomada de decisões no Brasil nos últimos 101 anos. O fato de o tenentismo ter sido a mola ideológica do golpe cívico-militar de 1964 o condenou perante nossa inteligência, basicamente de centro-esquerda ou de esquerda.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Subserviência
Além de esmerado subserviente ao governo Bolsonaro, o senador Marcos Rogério(DEM-RO) revela outro torpe desvio de conduta: desesperado, sem argumentos, foi grosseiro e mal-educado com o senador e médico baiano Otto Alencar, o integrante mais idoso da CPI da covid-19. Alencar revidou no tom que a estupidez do tresloucado Rogério merecia. Arrogante e pretensioso, ansioso para mostrar repugnantes serviços ao Palácio do Planalto, o enfadonho e empolado senador tem o costume de depreciar as decisões do presidente Omar Aziz, do vice-presidente, Randolfe Rodrigues, e do relator, Renan Calheiros. Quando mostra-se acuado diante das sandices que defende, Rogério tumultua os trabalhos da comissão, com provocações, intromissões e pérfidas ironias. Bolsonaro adora os rompantes infantis do servo Rogério.
» Vicente Limongi Netto, Lago Norte
» Lamentável o segundo depoimento do ministro Marcelo Queiroga à CPI da Pandemia. Fico pensando como é que um médico bem-sucedido na profissão e no empreendedorismo se submete a situações tão vexatórias. Como cardiologista, suponho, tem a exata extensão dos desacertos do governo em relação ao enfrentamento da pandemia. Sabe, e não há menor dúvida, de que o governo tergiversou e postergou a compra de vacinas, apostando em uma lógica macabra de que haveria imunidade de rebanho quanto maior fosse o número de infectados, mesmo tendo como exemplo o que ocorria em países da Europa. Os documentos levados à CPI por representantes de farmacêuticas mostram que os representantes do governo faltam com a verdade, tentam mascarar uma realidade que é estilhaçada por quase 500 mil mortos e mais de 17 milhões de infectados. Mas um médico não poderia se somar aos atores dessa farsa fúnebre, até pelo juramento que fez em defesa da vida. Triste ver uma pessoa do campo da saúde compor o lúgubre cenário que domina o nosso país.
» Olívia Torres de Oliveira, Águas Claras