Quando o sucesso nasce na base

A comunidade do futebol está sempre hipnotizada pela Champions League dos marmanjos, óbvio, mas a presença do Chelsea na final contra o Manchester City, hoje, em Portugal, tem muito a ver com a Youth Champions League — a versão sub-19 da competição da Uefa.

Disputado há sete temporadas, o torneio tem dois recordistas de títulos: Barcelona e o… Chelsea! O clube londrino conquistou as edições de 2015 e de 2016. Sim, a categoria juvenil dos Blues é mais vencedora do que a profissional, campeã em 2012 contra o Bayern de Munique.

Mas o que a base tem a ver com a presença do Chelsea na final contra o City? Três jogadores. Mason Mount foi campeão da Youth Champions League em 2016. Participou de cinco jogos daquela campanha. Inclusive, a decisão contra o PSG. Não fez gol, mas acumulou milhas. Hoje, é um dos titulares de Thomas Tuchel.

A linha de três zagueiros do Chelsea conta com outro campeão da Youth Champions League: o dinamarquês Andreas Christensen. Ele comandou a defesa do Chelsea no título de 2015. Hoje, é um “veterano” na Champions League. Acumula cinco temporadas consecutivas. Foi emprestado ao Borussia Monchengladbach, retornou em 2017, e virou uma das peças-chave de Tuchel.

No banco daquele Chelsea havia outro diamante. O centroavante Tammy Abraham participou das duas conquistas dos Blues na Youth Champions League. Em 2015, colaborou com quatro gols em sete partidas. Na versão seguinte, teve média próxima de uma bola na rede por partida. Marcou oito vezes em nove partidas. Foi um dos vice-artilheiros do torneio com oito gols. Porém, Tammy Abraham tem concorrente de peso no ataque: o alemão Timo Werner.

Os dois títulos do Chelsea na Youth League tiveram um personagem em comum: Adrian Lee Viveash era o técnico nas duas conquistas. Ele foi um dos mestres dos jovens talentos de 2011 a 2017. Ajudou a formar Mason Mount, Andreas Christensen, Tammy Abraham e outros tantos campeões da Youth League pelo clube londrino. Hoje, eles terão a chance de conquistar, também, a Champions League de gente grande na final inglesa contra o Manchester City.

Para não dizer que ignorei a base do City, aí vai uma lembrança: há quatro anos, Phil Foden era eleito Bola de Ouro do Mundial Sub-17 conquistado pela Inglaterra. Hoje, é o vice-artilheiro do time de Pep Guardiola na temporada com 16 gols, um atrás do alemão Gündoan. Viva a base!