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Censo

Muito atinada e certeira a seção Visto, lido e ouvido desse último domingo (16/5). Sob o título Sem o Censo, Brasil perde sua principal bússola para sair da crise, abordou-se esse instrumento crucial para o desenvolvimento, planejamento e execução de políticas públicas necessárias para uma saída mais iluminada e eficaz da crise econômica e social que assola o país em razão da pandemia de covid-19. O censo, ao reunir, quantificando-o e explicitando-o, o conjunto de dados estatísticos dos habitantes dos municípios, dos estados e de todo o Brasil, com todas as suas características necessárias, proporciona aos gestores públicos pátrios os elementos, pilares e informações indispensáveis para a correta edificação e implementação das ações tão essenciais ao retorno da cidadania brasileira para uma senda digna de desenvolvimento e prosperidade econômica, social e cultural. Ademais, o censo também é um importante instrumento de divulgação, ventilação e transparência de dados de cara a necessária prestação de contas pelos agentes públicos. Estes devem explicar rotineiramente o que estão fazendo, por qual motivo, quanto estão gastando e o que farão em sequência. O censo, enfim, fornece elementos e informações capazes de justificarem as respostas a todas essas inquietações cidadãs que se consubstanciam em um dever do Estado brasileiro responder e agir em seu prol. O censo é um importante vetor de desenvolvimento cidadão e social de todas as democracias vigorosas da atualidade.

» Renato Zerbini Ribeiro Leão,
Presidente do Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas

 

Mea culpa

Mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa! Isso é o que nós eleitores devemos fazer, batendo em nossos peitos, ao vermos maus políticos se locupletando através de seus mandatos eletivos. Eles não chegaram lá no Congresso Nacional vindo montados em transportes de luxo ou de de jegue, mas, sim, com nossos votos, pelos quais delegamos poderes para que nos representem. Se alguns parlamentares se tornam corruptos, se sentindo o rei da cocada, usufruindo de mordomias e fazendo leis que os beneficiem e, depois, são reeleitos, quem é verdadeiramente o corrupto? É o eleitor que reelege o político safado. Por isso o eleitor deve ter autocrítica e bater no próprio peito e dizer: Mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa.
» Paulo Molina Prates,
Asa Norte


Alerta

É preciso alertar o senador Renan Calheiros de que o cargo que ocupa na CPI da Pandemia é o de relator, e não de promotor federal. Já vislumbro, ao final do seu relatório, questionamentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a sua parcialidade nessa investigação do Senado Federal.
» Jadir Maia de Almeida,
Guará I


Desespero

Acuado pela queda de popularidade, com 49% de eleitores apoiando o impeachment, pressionado por mais de 430 mil mortos sobre o colo, mais de 14 milhões de desempregados e de 110 milhões de famintos, o presidente anuncia que avança cada vez mais na legalização do porte de armas e de munições para os civis. Na prática, está formando sua milícia particular, pois tem convicção de que não conseguirá, como tanto deseja, ser reeleito no próximo ano. Diante da provável derrota, ele imita o ex-presidente Donald Trump, despejado da Casa Branca pelo voto dos norte-americanos e diz que será vítima de fraude, se não houver voto impresso. Estaria planejando uma ocupação do Supremo Tribunal Federal ou do Congresso se confirmada a derrota? Ao condenar o sistema eletrônico, ele joga dúvidas até sobre a própria vitória em 2018. Teria sido uma fraude? O enredo não se sustenta em fatos. É produto de uma mente conturbada pelo medo, reconhecimento da desastrosa administração do país, do maior fiasco dos últimos 36 anos, que colocou em xeque a capacidade de militares de conduzirem o Brasil num regime democrático, em todos os setores essenciais. A derrocada da economia não é resultado só da pandemia, mas da incapacidade do Posto Ipiranga de dar respostas aos desafios brasileiros. O desespero leva o inquilino palaciano a produzir ameaças contra a democracia. Culpa o Supremo Tribunal Federal e, agora, elege como alvo a CPI da Covid, pois não admite que não tem capacidade de fazer nada positivo para o país. Ao contrário, pois tudo que fez foi empurrar o Brasil para aquém do período das cavernas, da selvageria. Mas 2022 chegará e, com ele, a possibilidade de iniciar um ciclo para o país sair do colapso em que se encontra.

» Paula Vicente,
Lago Sul