Por IBANEIS ROCHA — Governador do Distrito Federal
Brasília foi criada sobre dois pilares fundamentais: esperança e trabalho. O objetivo primordial de redirecionar o progresso do país foi plenamente alcançado; a sonhada nova fronteira é hoje responsável pelas maiores riquezas do país. O sonho de fazer uma cidade linda no meio do ermo também está cumprido. Brasília é o marco do redescobrimento do Brasil.
Aos 61 anos, a capital está diante de um novo desafio, que vai ser vencido com os mesmos princípios que guiaram os nossos pioneiros, mostrando, mais uma vez, a força e o espírito empreendedor da nossa gente. A pandemia da covid-19 afetou o mundo todo; aqui, atrasou projetos importantes, reduziu a velocidade de ações, mas não foi capaz de nos parar.
Para combater os efeitos causados pela interrupção de algumas atividades econômicas, aceleramos outras, principalmente a construção civil, que hoje emprega mais de 30 mil pessoas só nas obras públicas. Ao mesmo tempo, abrimos crédito — por meio do Banco de Brasília — para que empreendedores pudessem resistir aos tempos difíceis. Já são mais de R$ 5 bilhões à disposição, principalmente, dos micro e pequenos empresários.
O DF não parou. Ao contrário, avançou. Obras estacionadas há anos foram retomadas — o caso mais emblemático é o da saída norte, que, a partir da inauguração de seu 23º viaduto, o último planejado, e ainda este mês, passa a se chamar Complexo Viário Governador Roriz. Também recuperamos a estrutura de todos os viadutos da área tombada, cuidado que, agora, chega à ponte Costa e Silva, que tem a integridade ameaçada pelos anos de abandono.
O trabalho de recuperação do Distrito Federal avança também na Praça do Cidadão, do Setor Comercial Sul, todo o Setor de Rádio e TV Sul, a W3 Sul, a avenida dos Pioneiros, no Gama, a Hélio Prates, entre Ceilândia e Taguatinga, o recapeamento e a nova iluminação do Eixão e da Epig, do Sudoeste ao Setor de Indústrias Gráficas. E vamos iniciar a reforma da Avenida Paranoá, naquela cidade, com investimento de R$ 32 milhões. São intervenções que marcam a retomada do orgulho do brasiliense em viver numa cidade bonita e confortável.
É preciso citar o exemplo de Vicente Pires. Depois de qualquer chuva, a cidade era destaque nos noticiários, com prejuízos imensos aos moradores. Refizemos todos os projetos e investimos R$ 560 milhões em grandes obras, desde imensas galerias pluviais até lagoas de contenção, para urbanizar de maneira definitiva a cidade. O resultado está à vista de todos, vale a pena visitar Vicente Pires.
Hoje mesmo entregaremos o Museu de Arte de Brasília, a casa do artista brasiliense, que conta a história artística desses nossos 61 anos. Ficou 14 anos fechado. Também vamos devolver a Concha Acústica à cidade e, até o final do ano, queremos entregar a primeira etapa da reforma do Teatro Nacional, abrindo a sala Martins Pena.
Também investimos em projetos novos, com destaque para o túnel de Taguatinga, obra que vinha sendo adiada havia décadas, que avança mesmo com as fortes chuvas deste ano. O túnel, além de facilitar o trânsito na região mais populosa do Distrito Federal, vai transformar o centro de Taguatinga com um grande boulevard para valorizar o comércio da cidade.
Já começamos a construção do viaduto do Recanto das Emas, que vai resolver um sério problema de trânsito que aflige mais de 100 mil motoristas todos os dias, e de dois viadutos no Setor Policial Sul, cujas obras foram retomadas. Nos próximos dias, começaremos o viaduto da Epig, no Sudoeste, e estão em fase final de projeto os viadutos do Itapuã, de Sobradinho e do Jardim Botânico. É como dizemos: Desculpe o transtorno, o DF está em obras.
Ao mesmo tempo, procuramos cuidar da saúde, investindo pesadamente no reforço e na readequação da nossa rede pública. Desde o início da pandemia, contratamos mais de 6.500 profissionais, investimos em equipamentos e na construção de novas estruturas, que vão ficar permanentemente para o atendimento da população. Em mais alguns dias, vamos abrir três hospitais de campanha, cada um com cem leitos, e mais um hospital permanente, com outros cem leitos, localizado ao lado do Hospital de Samambaia.
Eles vão se juntar aos dois hospitais construídos em Ceilândia, ao da Polícia Militar e ao da Papuda, que estão funcionando, e às sete Unidades de Pronto Atendimento (UPA) que estão em construção, sendo que a de Ceilândia está quase pronta. Essas construções sofreram atraso por conta da pandemia, mas o ritmo das obras foi retomado e, em breve, Paranoá, Riacho Fundo, Brazlândia, Gama, Vicente Pires e Planaltina terão suas unidades.
Nosso trabalho não para; há um esforço conjunto que vai continuar para que a esperança esteja sempre ao lado da nossa gente e renasça permanentemente, num ciclo perpétuo de redescobertas. É como escreveu o poeta TT Catalão: “Em Brasília/ há um tempo em que/ a vida desaparece,/ mas não cessa./ Apenas aguarda/ e se fortalece/ sem pressa./ Até um dia/ de novo, cresce./ E assim tudo recomeça”. Parabéns, Brasília. Parabéns, brasilienses.