PANDEMIA

Artigo: 'Proteja-se. Por você e por todos que estão ao redor'

"Está cada vez mais difícil manter a doença longe de nós. Todos conhecemos ao menos uma pessoa que se tornou um paciente grave. A cada dia que passa, chegam relatos de amigos e familiares que se infectaram. Muitos não resistiram"

A Sexta-Feira da Paixão é essencialmente um dia de fé. Uma data única no calendário ocidental. E, pelo segundo ano consecutivo, cá estamos nós em meio a uma grave crise sanitária, com o agravante de que não existe a menor perspectiva de chegar ao fim num futuro próximo. A situação é calamitosa, o número de mortes e casos segue subindo em um ritmo preocupante e a única estratégia nacional de combate ao vírus é a vacinação, que leva tempo para apresentar resultados práticos.

Temos que ter fé de que a população vai seguir à risca a cartilha do isolamento social. Estamos no meio de um feriado prolongado, com bares recém-abertos após praticamente um mês de restrição oficial. O momento não permite aglomeração nem comemoração. Não estou pregando o boicote ao comércio, mas, sim, o distanciamento. Nada de mesas lotadas ou encalacradas uma na outra, por favor. Está cada vez mais difícil manter a doença longe de nós. Todos conhecemos ao menos uma pessoa que se tornou um paciente grave. A cada dia que passa, chegam relatos de amigos e familiares que se infectaram. Muitos não resistiram.

É mais do que comprovado pela ciência de que, sem o isolamento social, o vírus não vai embora. É a única forma concreta de se evitar a propagação do contágio. Continuamos privados de acesso à saúde intensiva, tanto que a fila de leitos de UTI é uma realidade na maioria das unidades da Federação. Superlotação é o adjetivo que impera nas unidades de saúde de praticamente todo o Brasil. Pense nisso antes de promover ou participar de aglomerações. Tudo leva a crer que o abril que se inicia será ainda pior do que o mês de março, que terminou com quase 4 mil mortes por complicações causadas pelo novo coronavírus em um intervalo de 24 horas.

Por isso, mais do que nunca, é um momento para termos fé, independentemente do caráter religioso da palavra. Estamos no momento de maior número de mortes por covid-19 no Brasil até agora. É preciso ter fé que, juntos, vamos sair dessa. Faça sua parte. É a vez apenas das atividades essenciais, de ficar em casa pelo tempo que for necessário. Para a maior parte das pessoas, a vacinação ainda é um sonho distante. Então, proteja-se. Por você e por todos que estão ao redor.

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