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Opinião: Artista multifacetada

O que Jambeiro buscou com o Afrodisia foi exaltar as mulheres de maneira lúdica durante a pandemia da covid-19, que determinou a interrupção das agendas dessas profissionais

Quem faz arte em Brasília tem algo em comum, uma característica básica: a polivalência. Por conta das circunstâncias, além da criação, se multiplica como produtor, gestor e divulgador do que realiza. Isso tem ocorrido com uma frequência maior na área da música. Raro é o cantor, compositor e instrumentista que não se atribui todas essas funções. Para tanto, usa com habilidade ferramentas que a modernidade lhe oferece, ou seja, a utilização de mecanismos intrínsecos à internet.

Recentemente, pode-se perceber atuação como a descrita, da parte de Renata Jambeiro. Cantora, compositora e atriz, ela produziu com êxito a segunda edição do Afrodisia. O festival mobilizou artistas, escritoras, médicas e talentos de outras áreas do Distrito Federal e do país, reconhecidas por seu desempenho em setores distintos. Elas participaram de extensa programação, que incluiu shows, bate-papos, debates, troca de experiências, com transmissão pela plataforma da anfitriã no YouTube.

O que Jambeiro buscou com o Afrodisia foi exaltar as mulheres de maneira lúdica durante a pandemia da covid-19, que determinou a interrupção das agendas dessas profissionais. Fez parte também da proposta do festival enaltecer a igualdade de gêneros, uma vez que as participantes tiveram oportunidade de discorrer sobre pautas relevantes, protagonizando sua própria história. No evento, em parceria com a Ritmiza Produções, a cantora utilizou os benefícios da lei de incentivo emergencial da cultura, Aldir Blanc.

Renata Jambeiro, com formação em artes cênicas pela UnB, ligada à religião das matrizes africanas, contabiliza 21 anos de trajetória artística e tem quatro CDs e dois DVDs lançados. Pelo Fogaréu (segundo álbum), foi finalista do Prêmio da Música Brasileira em 2017. Com presença frequente nos palcos da cidade, já esteve radicada no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde fez várias apresentações. Ela já levou seu canto brasileiríssimo à Europa (Alemanha e França) e à África (Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe); e é parte do corpo docente do Instituto PMalunga (ligada à Unicef), que promove oficinas de arte para jovens. Como se observa, uma autêntica multiartista e cidadã.