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Gabigol

O Brasil realmente é um país surreal. Quem deveria dar exemplo transgride as regras na maior “cara dura”. Veja o caso do jogador do Flamengo, o Gabigol. Ídolo da juventude, que o venera, ele desrespeitou as regras sanitárias impostas pelo governo de São Paulo, ao se juntar a mais de 300 pessoas num cassino, e feriu a lei, que proíbe jogos de azar no país. Meio que de forma debochada, disse que saiu para jantar com amigos no seu último dia de férias e acabou pego pela polícia num estabelecimento ilegal. Afirmou que sentia muito por ter dado tamanha derrapada. Gabigol deveria se envergonhar muito. Num momento tão dramático pelo qual o país está passando, teria de pedir perdão e ser duramente reprendido pelo clube em que joga por seus patrocinadores. Mas não. Na moita, está rindo de tudo e se sentido acima do bem e do mal.
» Jorge Carlos,
Asa Norte

Gabigol não poderia ter dado pior exemplo para o país ao ser pego, escondido debaixo da mesa, num cassino e se lixando para os milhares de pessoas que estão morrendo pela covid-19 todos os dias. Ele tem a certeza de que tem uma turma que achou o máximo ao vê-lo sendo levado pela polícia por ter transgredido a lei. É triste dizer: mas, assim como Gabigol, outros jogadores de futebol não estão nem aí para a pandemia. Só pensam em se dar bem, mesmo que isso signifique cometer ilícitos. Dizer que ele não sabia que estava em um cassino é acreditar que papai Noel existe. Triste.
» Sílvio Campos,
Lago Sul


Ludhmila

É estarrecedor ouvir da cardiologista Ludhmila
Hajjar que ela sofreu ameaças de morte e três tentativas de invasão de seu quarto em um hotel de Brasília. Isso porque foi chamada pelo presidente Jair Bolsonaro para ouvir dele um convite para assumir o comando do Ministério da Saúde no lugar de Eduardo Pazuello. Em que país estamos vivendo? Quem são essas pessoas que se acham no direito de ameaçar qualquer pessoa porque recebeu um convite para um cargo no governo? A médica é uma das mais conceituadas do país. Especializou-se no tratamento contra a covid-19. Cuidou de várias autoridades. Tem estofo de sobra para ser ministra. Felizmente, ela não aceitou entrar em um governo que continua acreditando em remédios milagrosos para curar a doença e é contra medidas restritivas. É urgente que a Polícia Federal apure quem fez as ameaças de morte à cardiologista, quem tentou entrar em seu quarto no hotel a todo custo. Esse tipo de crime não pode ficar impune.
» Francisco José,
Jardim Botânico


Manifestações

As pessoas que saíram às ruas no domingo em várias capitais do país criticando os lockdowns decretados por governadores deveriam botar a mão na consciência. Não só por causa dos milhares de famílias que perderam entes queridos para o novo coronavírus, mas por aqueles que estão implorando por um leito de UTI para salvar a vida de pais, filhos, irmãos, tios, amigos. Como reagirão essas mesmas pessoas que pregam a livre circulação em meio à pandemia quando tiveram que entrar nas filas de espera por uma internação? Continuarão acreditando que não se deve combater o novo coronavírus com rigor? Um dia é da caça; outro, do caçador.
» Mário Cunha,
Sobradinho


Inflação

Está terrível para as famílias manterem o poder de compra. Cada ida ao supermercado é um suplício. Tudo está caro demais. Com R$ 100 na carteira não se compra quase nada. Carne virou artigo raro na mesa dos brasileiros. E o ministro da Economia, Paulo Guedes, diz que, quando vai ao supermercado, as pessoas lhe agradecem por tudo o que ele está fazendo. Só gostaria de saber em que supermercado o ministro vai, para eu poder fazer minhas compras. Nos que eu frequento, certamente ela sairia de lá sob muitas críticas e vaias. A inflação para o ministro não é a mesma para a maioria da população.

Emília Borges,
Ceilândia