O recrudescimento da pandemia do novo coronavírus, que atinge seu momento mais dramático no Brasil, com recorde de casos e mortes, agora ocorrendo a cada minuto, expõe ainda mais a necessidade da aplicação em massa de vacinas, para um combate efetivo à tragédia que assola o país. A covid-19 avança em ritmo preocupante, enquanto a vacinação segue a passo lento. E é preciso que seja logo acelerada, para proteger, prioritariamente, a parcela da população acima dos 60 anos, a mais atingida e vítima de cerca de 80% dos óbitos.
A doença passou a se espalhar mais rapidamente na esteira das aglomerações da virada do ano e do carnaval e do surgimento de variantes do vírus com maior capacidade de transmissão, uma delas no Amazonas. O resultado é a superlotação de hospitais e o colapso em sua capacidade de atendimento na maioria dos estados brasileiros, chegando ao ponto crítico em alguns locais de pessoas morrendo na fila à espera de uma vaga em unidades de terapia intensiva.
Daí a necessidade de, a despeito dos atrasos no planejamento e na busca dos imunizantes, deixar de lado diferenças políticas e ideológicas e unir esforços de todo o poder público para apressar a compra e a produção no prazo mais breve possível do maior número de vacinas. E, com o mesmo empenho, aplicá-las com a urgência que se impõe.
Aos que defendem que a crise econômica tenha a mesma atenção que a de saúde pública, é preciso ressaltar que o avanço descontrolado da pandemia está levando à restrição da circulação de pessoas e do funcionamento do comércio e serviços em centenas de cidades, para tentar desafogar os hospitais. E as consequências serão, certamente, graves para a economia, podendo levar a novo tombo histórico do Produto Interno Bruto (PIB), como o recuo de 4,1% registrado em 2020, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última quarta-feira.
De fato, a economia só vai se recuperar e voltar a crescer quando a pandemia for controlada e todos puderem voltar a circular a exercer suas atividades com segurança, sem risco de infecção. E tal segurança só será alcançada com a vacinação em massa da população.
Assim como outro setor duramente penalizado, o da educação — sobretudo no que diz respeito aos estudantes mais pobres e com menos acesso aos recursos da comunicação virtual —, que depende da imunização para que as escolas possam voltar a funcionar normalmente, com aulas presenciais que não representem perigo para professores, funcionários, alunos e seus familiares.