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Artigo: Já escolheu o seu lado? Eu fico com a luz

O Brasil segue sendo o Brasil que conhecemos, em que ainda há espaço para o negacionismo, falta de planejamento e desrespeito por quem está há um ano trabalhando duramente na linha de frente de combate ao novo coronavírus

Luz e sombra são nuances de um mesmo fenômeno. A depender de onde o Sol bate, os efeitos são diversos. Temos a sorte de podermos nos posicionar. Assim é na natureza como na vida. Neste momento difícil em que nós estamos, escolho sempre a luz. Sim, é questão de escolha. Para mim, para você, para o mundo. Gosto do calor que vem da empatia, da coletividade, do respeito ao próximo, do trabalho em grupo e comprometido com o melhor.

Assistimos nesta semana a episódios de luz e trevas. Vejo a esperança do povo americano ao dar posse a um novo presidente e, pela primeira vez, a uma vice-presidente mulher, negra, de origem asiática. Um recado das urnas, que mostra o valor inigualável da diversidade no poder. Quanto mais diferentes somos, mais valiosos nos tornamos como seres humanos, que precisam fazer valer o espírito de união. Os Estados Unidos veem e projetam a luz para o mundo, ao acolher a mudança na condução do enfrentamento a um vírus que mata em série, entre outros benefícios que só a alternância de poder traz. Hoje, creio que serão vitoriosos no controle da covid-19 naquele país continental.

E o Brasil? Minha esperança não me permite ver apenas sombra. Mas, confesso que fura-fila de vacina é demais até para os mais otimistas. O Brasil segue sendo o Brasil que conhecemos, em que ainda há espaço para o negacionismo, falta de planejamento e desrespeito por quem está há um ano trabalhando duramente na linha de frente de combate ao novo coronavírus. Será que, permanentemente, teremos de conviver com a sombra da mesquinhez e da falta de caráter?

Sempre haverá políticos, autoridades e cidadãos dispostos a se posicionar na sombra, distantes da razão, do conhecimento, do aprendizado. A ciência é hoje a árvore mais frondosa e a vacina, o fruto mais nutritivo, que cura, imuniza e, de quebra, nos enche de esperança, o alimento de que precisamos. Será esta a colheita que nos manterá vivos; todo o resto é balela. A ignorância e a corrupção, presentes do velho jeitinho brasileiro, são as ervas daninhas, que crescem à espreita, distantes da luz. Nós vamos escolher onde depositar o adubo — no lugar de vida ou de morte.

São mais de 215 mil vidas perdidas, gente. Não há argumento maior do que este para escolhermos, de uma vez, por todas a luz. Passo a passo, vamos nos movendo e nos posicionando ao Sol. A luz da mudança, do comprometimento, da cura. É um convite. Você vem?

Máscara, distanciamento, cuidado enquanto a vacina não chega para todos. E postura crítica, para discernirmos os bons e os maus movimentos. Caminhemos juntos por um Brasil melhor. Quanto aos políticos das trevas, que brincam até com vacinas, esses já escolheram o lado escuro da vida. Que permaneçam lá, mas longe de nós.

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