LUIZ FELIPE GROSSI
CEO e cofundador do Instituto Brasileiro de Presença Digital, plataforma que tem como objetivo ajudar negócios de todos os portes e segmentos a abrirem um canal de vendas digital
EM.PA.TIA, s.f., tendência psicológica de uma pessoa sentir o mesmo que a outra. Aptidão para se identificar com o outro, sentindo o que ele sente, desejando o que ele deseja e aprendendo o que ele aprende. Estas são apenas algumas das definições de uma das palavras que está em alta nos últimos meses.
Em um ano tão conturbado e que tem colocado, diariamente, em xeque a forma como nos relacionamos com nossos familiares, amigos e colegas de trabalho, a empatia tem sido a chave para atravessarmos uma das piores crises sanitárias e socioeconômicas que o mundo já viu.
Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), somente no primeiro semestre de 2020, mais de 700 mil micros e pequenas empresas tiverem de fechar as portas, interrompendo sonhos e afetando qualidade de vida de muitos brasileiros, dando espaço para incertezas e medos na vida de milhares de famílias. Aquelas que conseguiram manter as portas abertas enfrentaram diversas dificuldades, como a queda nas vendas e as demissões no quadro de funcionários. Inclusive, essa tem sido a realidade de cerca de 950 mil firmas de pequeno porte espalhadas pelo país.
Mas o que isso tudo tem a ver com a empatia? Bem, apesar de os números serem alarmantes, acreditem, os impactos poderiam ser ainda maiores se não fosse o trabalho de diversas instituições que têm se dedicado a ajudar empreendedores por meio da disponibilidade de cursos intensivos, auxiliando-os com práticas e conceitos para catalisar a renda e o trabalho, ou, até mesmo, via doações e investimentos.
Graças à gestão social, pudemos ver a articulação interna de um trabalho de equipes sociais junto às demais áreas administrativas de grandes empresas para se aproximarem, cada vez mais, das necessidades da sociedade. Um bom exemplo disso tem disso tem sido a atuação de instituições de fomento, como o próprio Sebrae, que ouviu as necessidades dessas áreas e agiu de forma emergencial na condução de investimentos sociais.
Em estados como Bahia, Rondônia, Minas Gerais e em Brasília (Distrito Federal), por exemplo, também vimos um grande empenho em auxiliar empreendedores locais a desenvolverem canais de vendas digitais, o que os possibilitou continuar operando mesmo com as portas do comércio fechadas. Tudo isso também estimulado pelas grandes corporações.
Contudo, apesar dessas movimentações e do anseio em ajudar o próximo, a pandemia também trouxe à tona outra necessidade, muitas vezes esquecida por boa parte dos empresários: o planejamento. De fato, está claro que, agora, a gestão social dentro dos negócios também deve ser acompanhada das gestões socioambiental e socioeconômica, com o intuito de educar as pessoas e prepará-las cada vez mais para os desafios da era digital.
O papel do setor social é fundamental, mas, agora, é o momento de pensar além e evoluir para a geração de resultados cada vez mais mensuráveis e apoiados no processo de digitalização. Não se impacta pessoas sem a construção de um vínculo e, nesse contexto, mecanismos, como a internet, têm sido essenciais para ajudar a romper barreiras. De fato, a digitalização não substitui o calor humano e a interação presencial, mas é um excelente braço direito.
Ser capaz de entender a dor do outro e enxergar o mundo sob uma nova ótica tem sido muito mais do que um grande exercício de humanidade e compaixão. A empatia e os valores sociais ajudam a construir pontes, manter sonhos vivos e realizar uma troca de experiências, aprendizados e novas maneiras de deixar o mundo um lugar melhor!