Visto, lido e ouvido

Desde 1960 Circe Cunha (interina) circecunha.df@dabr.com.br

IDH e corrupção são irmãos siameses

Para quem busca argumentos com base em dados factuais para aferir o desempenho efetivo dos governos, especialmente no Brasil, um caminho seguro é analisar o que traz o relatório anual apresentado pela Organização das Nações Unidas mostrando a evolução do chamado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Por meio desse documento, a qualidade e a eficiência dos nossos governos para resolver um dos principais problemas a dificultar o progresso do país estão escancaradas para todo o mundo de forma clara e sem possibilidades de contestação.

Nesse sentido, o IDH da ONU funcionaria como uma avaliação internacional semelhante ao Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em que a aprovação, ou não, de gestões governamentais podem ser medidas de acordo com o posicionamento do país nesse ranking que lista pelos parâmetros de bem-estar da população.

É possível afirmar que a maioria dos nossos governos, instalados depois da redemocratização nos anos 1980, continua sendo reprovada, justamente pela incapacidade de solucionar esse que é uma questão secular e o principal obstáculo a impedir o pleno desenvolvimento econômico e social do nosso país.

No Estado de bem-estar social, o que se tem, sem rodeios, é o próprio Estado imbuído da missão de ser o principal agente da promoção social e também o protagonista e organizador das políticas econômicas, todas voltadas para a conquista, por todos, de saúde, educação, segurança e Previdência de qualidade, capazes de garantir o que se denominou cidadania e da dignidade plena.

Em outras palavras, é o Estado a serviço exclusivo da população, para a qual trabalha e serve, principalmente, disponibilizando uma série de serviços públicos de qualidade certificada. Uma análise rápida nesses quesitos assegura que estamos ainda muito longe de atingir um patamar minimamente aceitável dentro dos parâmetros de bem-estar social, ainda mais quando se verifica a posição importante do Brasil entre as grandes economias mundiais e o alto índice de carga tributária cobrada dos brasileiros, considerada uma das maiores do planeta com uma contrapartida em serviços insuficiente ou inoperante.

Não surpreende que muitos analisam esse fato como sendo o Brasil um Estado rico, mas habitado por uma maioria de indivíduos vivendo na pobreza. Um fator que, seguramente, contribui para que esse descompasso seja atribuído aos altos índices de desvio de recursos públicos que, anualmente, segundo o Índice de Percepção de Corrupção (IPC) da Transparência Internacional, coloca o nosso país na posição 106, empatado com países africanos, como Argélia e Egito. O pior nesse cenário desolador é saber que o Judiciário e o Legislativo, que poderiam contribuir para minorar a questão da corrupção endêmica, são parte do problema, enraizado firmemente nas engrenagens da máquina pública.

 

A frase que foi pronunciada

“Um presidente não pode defender uma nação se não for responsabilizado por suas leis.”
DaShanne Stokes, defensor da política, da cultura e dos direitos civis, e conhecido como um ativista progressista


Autuações
Lúcio Lahm divulga o aumento da frota de motos para fiscalização do trânsito no DF. Dezenas de motocicletas do governo vão se infiltrar no movimento das pistas e estradas. A iniciativa do diretor de Policiamento e Fiscalização de Trânsito é bem-vinda, principalmente, porque a indisciplina de entregadores de alimentos está passando dos limites. Além de entrarem na contramão, circularem por calçadas, fazem as motos mais barulhentas, deixando os moradores da redondeza em polvorosa.


Brasil no berço
Ser empresário no Brasil é uma via-crúcis. É nessa força que o Brasil se apoia com empregos, pequenos e médios empreendimentos. Dar trabalho para o povo precisa ser melhor do que dar esmola vestida com nomes bonitos. O Zé, da banca do Queijo na 311 Sul, comentou que não vende mais tamarindo porque ninguém mais quer ter trabalho. Acabou-se a roda das mulheres fazendo pamonha, os moinhos de farinha no interior. Até os jumentos foram substituídos por motos.


Brilho
Quem comanda a Torre de TV é o presidente do BRB ,Paulo Henrique Costa. Aliás, que beleza de iluminação. O trabalho bem-feito mostra, cristalinamente, que vem de quem gosta da cidade.


Homescholling
Já foi sancionada a lei que institui o ensino em casa. Falta a regulamentação. O problema, agora, em Brasília é que o ensino de uma criança de quatro anos numa escola bilíngue custa o mesmo que um curso de medicina numa universidade particular.

 

História de Brasília

O assunto é profundo demais e, por favor, não partam para a demagogia neste assunto. Quem fala assim não é gago, nem é candidato a cargo eletivo financiado. (Publicado em 20/1/1962)