Distritais
Os políticos não são os mais confiáveis... Temos percebido isso quando eles nos procuram nos períodos de eleições, prometem muito e, quando eleitos, não fazem nada para o bem da população. Estão sempre atuando em benefício próprio. Recentemente, tentaram, por várias vezes, aprovar um plano de saúde integral para os ex-deputados distritais e os atuais (compareceram em massa). O plano de saúde seria pago com o dinheiro dos contribuintes. Agora, quando é para defender a população, não comparecem às votações, e os que comparecem saem em defesa do governador. Foi o que ocorreu, anteontem, na Câmara Legislativa em relação à pauta sobre a superlotação dos ônibus do DF em época de pandemia. À reunião on-line compareceram quatro deputados distritais. O presidente da Câmara, Rafael Prudente, vergonhosamente, fez a defesa do governador Ibaneis. O deputado Chico Vigilante foi o único que saiu em defesa da população. Rafael Prudente teve o disparate de comparar uma viagem de avião com o que ocorre nos ônibus do DF em período de pandemia. Ficou claro a sua ironia e o quanto conhece a realidade de seus eleitores.
Evanildo Sales Santos, Gama
Saúde
Ao assumir o Ministério da Saúde, o general Eduardo Pazuello foi apresentado como um especialista em logística. Pelos resultados da sua gestão, seria arriscado nomeá-lo para administrar uma barraca de feira. Sob o coturno brilhante do militar, a pasta permitiu o encalhe de quase sete milhões de testes de covid-19. O material ficou esquecido num depósito no aeroporto de Guarulhos. Depois que o caso veio à tona, o ministro ofereceu uma solução medíocre: estender o prazo de validade dos kits, que começa a expirar neste mês. Até hoje, Pazuello não foi capaz de apresentar um cronograma de imunização para o Brasil. Nem a compra de seringas e agulhas está definida. O apagão logístico vai além do combate ao coronavírus. Pacientes com HIV e hepatite C estão sem exames de genotipagem porque o ministério deixou o contrato vencer. Nesta semana, o general deu novas provas de que é o homem errado no lugar errado. Se envolveu num bate-boca com o governador de São Paulo, João Doria, que reclamou de boicote federal à vacina do Butantan. O ministro havia anunciado a compra de 46 milhões de doses. No dia seguinte, foi desautorizado pelo chefe e sumiu de cena. Infelizmente, a expertise em logística do ministro Pazuello ficou só na embalagem. Sem ações concretas, o general indica que pretende vencer o vírus com chavões patrióticos e discurso de autoajuda. Infelizmente, o general limita-se a recitar frases motivacionais como “não podemos desanimar” e “erguer a cabeça e dar a volta por cima é o padrão brasileiro”. Pelo visto, após sua efetivação no ministério, o general não engraxou o seu coturno!
Renato Mendes Prestes, Águas Claras
Sudene
O Nordeste sempre esteve ligado à Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Sem dúvida, o valor da Sudene mostrou-se por numerosos projetos lançados na área agrícola, em várias linhas de atividades, concluindo com o abastecimento e a comercialização regional. Projetos pioneiros apareceram em planejamento agrícola, educacional, de saúde, infraestrutura e outros em grande escala e por toda a região. Tudo isto a partir do seu Plano Diretor de Desenvolvimento Econômico e Social, pois a Sudene foi criada em 15 de dezembro de 1959, por lei sancionada por Juscelino Kubitschek. No período da ditadura,1964-1985, a Sudene sobreviveu, apoiada por certos segmentos militares, embora outros quisessem sua extinção. Naquele período teve vários generais como superintendentes, de grande propósitos e seriedade, Euler Bentes Monteiro, Tácito Teófilo de Oliveira e Evandro Souza Lima, com os quais trabalhei em cargos de chefia.
José de Jesus Moraes Rêgo, Asa Norte
Violência
Em meio à lastimável crise, o presidente da República suspende todos os tributos incidentes sobre a importação de armas — tudo que bandidos classe A e de redutos do submundo do crime desejavam. Talvez a pandemia não tenha matado o suficiente até agora. Então, vamos armar a população para atingir uma meta mais ousada de defuntos neste país, onde as balas perdidas são achadas no corpo de crianças, a maioria, negras, pessoas das periferias. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um jovem negro é assassinado a cada 21 minutos no Brasil. Mas, isso ainda é pouco: deveriam ser 21 jovens a cada minuto, na lógica deste governo. O país atravessa uma crise fiscal gravíssima, porém, para atingir os objetivos da necropolítica, tudo vale, até a renúncia fiscal. Vivemos tempos macabros neste país.
Lucas Dias, Asa Norte