A promoção do desenvolvimento sustentável da Amazônia, sem agredir o meio ambiente, é defendida por 95% dos brasileiros, o que deveria motivar o governo a mudar sua política ambiental para a região. As imensas riquezas precisam ser exploradas de forma adequada, sempre dentro do conceito de sustentabilidade, para oferecer oportunidades aos mais de 23 milhões de pessoas que vivem em 772 municípios de nove estados da Amazônia Legal — Roraima, Amapá, Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso. Essa parcela da população brasileira não pode ficar à margem do desenvolvimento nacional, mas a preocupação com a preservação ambiental deve prevalecer.
De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a maioria dos entrevistados – 70% dos 2 mil ouvidos na enquete – considera insatisfatória a atuação ambiental do governo na região. Discordam das ações promovidas pelo Ministério do Meio Ambiente e órgãos afins e pedem mais rigor na proteção das unidades de conservação. Segundo a análise da CNI, 77% acham que o Brasil deveria ter mais áreas de preservação ambiental.
Uma outra pesquisa, encomendada pela ONG Greenpeace, mostra que 87% dos brasileiros consideram de extrema relevância a manutenção da floresta amazônica em pé.
Ambientalistas destacam que o desenvolvimento econômico da Amazônia tem de ser adaptado ao meio ambiente, e não o contrário. Tese que vem tendo o apoio de setores empresariais. Cresce entre empreendedores a ideia de levar o desenvolvimento à região sem agressões ao meio ambiente, com a geração de riqueza a ser distribuída entre os locais. Lideranças das nove unidades federativas entendem que governo e sociedade precisam construir caminhos para que se encontre novas formas para o desenvolvimento sustentável. Acreditam que deixar a Amazônia paralisada economicamente não é o melhor caminho para a preservação da floresta e seus ecossistemas.
O empresariado defende que a saída para o crescimento se dê através da retomada de investimentos sob uma nova ótica desenvolvimentista. “Estamos falando de biociência e bioeconomia, de manejo florestal, de concessões de florestas públicas, de fontes limpas de energia, de títulos verdes, de cadeias inteligentes e responsáveis de produção. Então, estamos falando de ciência, pesquisa e inovação. De uma Amazônia 4.0 na educação, na indústria, no conhecimento”, escreveu, recentemente, o presidente da Federação das Indústria de Rondônia, Marcelo Thomé da Silva de Almeida.
Se as inovadoras propostas colocadas na mesa prosperarem, o Brasil só tem a ganhar com esse novo posicionamento em relação ao desenvolvimento da Amazônia. As riquezas são incomensuráveis e devem ser exploradas de maneira responsável e sustentável para o bem da população local.