O futuro da maior parte dos 5.569 municípios deverá ser decidido, hoje, pelos 147,9 milhões de eleitores — 2,66% a mais do que em 2016. São brasileiros aptos a escolher prefeitos e vereadores, entre 533 mil candidatos, dos quais 19 mil almejam o comando do Executivo das cidades.
As mulheres são maioria do eleitorado: 77,6 milhões ou 52,49% do total. Os homens representam 47,48% ou 70,2 milhões. O exercício da democracia implica responsabilidade e escolhas conscientes dos que se dispõem a representar e defender os anseios da população. Embora tenha maior densidade, o universo feminino, historicamente, tem sido sub-representado no quadro político nos âmbitos municipais, estaduais e federal.
A campanha eleitoral de 2020 foi muito diferente das de anos anteriores. A pandemia do novo coronavírus impôs mudanças. Regras de proteção contra o vírus impediram os grandes comícios, com aglomeração de votantes em praças. Intimidou o tradicional corpo a corpo para conquistar eleitores. Os meios virtuais e as redes sociais tomaram o lugar dos espaços públicos.
O Tribunal Superior Eleitoral, em parceria com as principais plataformas — Facebook, Instagram, WhatsApp, Twitter, TikTok — ampliou a lupa para conter as fake news. Barreiras foram erguidas contra as falsas notícias e as narrativas infundadas contra adversários, pragas que dominaram as eleições de 2018.
Os administradores das plataformas estavam atentos às espúrias ações das milícias digitais. Precauções mais rigorosas foram adotadas para que o pleito de hoje seja o mais transparente possível. A incerteza paira sobre, pelo menos, 15 mil candidaturas que estão sub judice — são candidatos que podem, se eleitos, não assumirem o cargo que disputam.
Mas, a verdadeira cautela é o voto consciente, em pessoas sérias e comprometidas com os anseios da sociedade. Antes de chegar às urnas, os eleitores devem refletir e avaliar cada um dos postulantes ao cargo de prefeito e de vereador, e escolher aquele que tem uma história de vida merecedora da sua confiança.
Devem considerar a realidade nacional, em que quase 14 milhões de brasileiros estão desempregados, outros mais de 13 milhões vivem abaixo da linha da pobreza e 38 milhões passaram a vida invisíveis aos olhos do Poder público. Uma realidade inundada de injustiças sociais e econômicas, em que a saúde pública é negligenciada e subfinanciada e a educação pública está carente de apoio e investimento.
As mudanças desejadas começam pelo voto e seguem com o controle social das decisões do Executivo e do Legislativo. Tornar o Brasil maior e melhor está nas mãos de cada brasileiro. Mas, antes de chegarem aos postos de votação, usem a máscara de proteção e mantenham uma distância prudencial de outros eleitores. Deem exemplo de preocupação com a sua e com a saúde de quem está mais próximo.