Recentemente, a Quinta Sessão Plenária do 19º Comitê Central do Partido Comunista da China aprovou as diretrizes para o desenvolvimento econômico e social durante o período do 14º Plano Quinquenal. Pautado no conceito de um desenvolvimento inovador, coordenado, verde e aberto , o governo chinês está prestes a alcançar as metas definidas no 13º Plano Quinquenal para o período de 2016 a 2020. É nesse contexto, e na função da nova conjuntura doméstica e internacional, que se lançou o documento inovador que orientará o desenvolvimento chinês nos próximos cinco anos a partir de 2021, definindo os seguintes eixos principais.
Novos resultados do desenvolvimento econômico. Nos últimos cinco anos, a proporção que a China representa na economia mundial elevou-se de 15,5% para 16,3%. No ano passado, seu PIB per capita superou, pela primeira vez, a marca dos US$ 10.000, e a renda disponível per capita aumentou 39,9% em relação a 2015. Durante o mesmo período, a estrutura econômica da China otimizou-se de tal maneira que o valor adicionado das indústrias emergentes estratégicas teve um aumento real de 10,4% ao ano, e o consumo já responde por 60% do crescimento econômico. Para os próximos cinco anos, a China vai fortalecer seu mercado doméstico, otimizar a estrutura econômica, sofisticar as indústrias e modernizar a cadeia produtiva, colocando, com isso, tanto o PIB como a renda per capita em um novo patamar.
Novos passos da reforma e abertura. Atualmente, a China é o principal parceiro comercial de mais de 120 países e territórios, com o maior volume das importações e exportações de mercadorias do mundo. Na classificação global do ambiente de negócios, o país subiu da 78ª posição em 2017 para a 31ª em 2019. No âmbito da iniciativa "Cinturão e Rota", 138 países e 30 organizações internacionais já assinaram um acordo de cooperação com a China, que investiu mais de US$ 110 bilhões em mais de 2 mil projetos. Nos próximos cinco anos, a China vai ampliar ainda mais sua abertura ao mundo com a criação de um ambiente de negócios regido pelas regras do mercado, das leis e dos padrões internacionais. Expandirá o comércio exterior, o investimento no exterior e a atração de capital estrangeiro, promovendo o progresso comum de todos os países do mundo.
Novos níveis de bem-estar para a população. De 2016 a 2020, saíram da pobreza anualmente mais de 10 milhões de chineses, o que é equivalente ao tamanho da população de um país europeu de médio porte. Apesar dos impactos negativos da pandemia, a China vai erradicar, neste ano, a pobreza absoluta no seu território. Durante os próximos cinco anos, a China buscará alcançar o pleno emprego com melhor qualidade, aumentar consideravelmente a universalização dos serviços públicos básicos e elevar o nível de educação para a população. Além disso, vai aperfeiçoar o sistema de seguridade social e aprimorar o sistema de saúde para consolidar as conquistas de redução da pobreza.
Novos avanços na capacidade de inovação tecnológica. No último quinquênio, dobrou o número de pedidos de patentes de invenção da China, que permaneceu o maior do mundo por vários anos. O país tem o segundo maior gasto em pesquisa e desenvolvimento e lidera entre as economias de renda média ao ocupar o 14º lugar no ranking global de capacidades de inovação. Mais de 600 mil estações-base de 5G já estão em operação no país e atendem uma ampla gama de setores, como indústria, saúde, comunicação e transportes. Seu papel tem sido importante para mitigar o impacto da pandemia e alavancar o crescimento da economia chinesa. Nesta nova etapa, a China está determinada a fazer da inovação o centro do seu processo de modernização e se valer do suporte estratégico propiciado pela autonomia e pela autossuficiência em ciência e tecnologia. O país desenvolverá um sistema industrial moderno para elevar a qualidade, a eficiência da sua economia e incrementar a competitividade central.
O mundo de hoje passa por grandes transformações enquanto a China caminha para uma nova era em sua história. Como apontou o presidente chinês Xi Jinping, na implementação da estratégia de abertura em busca de resultados ganha-ganha, a China ganhará o ímpeto de desenvolvimento com o mundo, que por sua vez, se beneficiará do crescimento chinês. Uma China com reformas mais aceleradas e abertura mais ampla vai criar mais oportunidades para o Brasil e os demais países.
*Embaixador da China no Brasil