ADEUS

Manhãs sem Louro José

''A trajetória de Ana Maria Braga na tevê é inteiramente ligada à presença de Louro José. Devem ter sido pouquíssimas as vezes em que a dupla não esteve junto na telinha''

''Avião sem asa, fogueira sem brasa, futebol sem bola, Piu-piu sem Frajola, amor sem beijinho, Bucheca sem Claudinho'' e Ana Maria sem Louro José. É quase impossível não pensar em acrescentar esta frase à letra de Fico assim sem você, de autoria de Abdullah e Cacá Moraes gravada por Claudinho e Buchecha e depois regravada por Adriana Calcanhotto, após a morte de Tom Veiga no último domingo em decorrência de um acidente vascular cerebral.

A trajetória de Ana Maria Braga na tevê é inteiramente ligada à presença de Louro José. Devem ter sido pouquíssimas as vezes em que a dupla não esteve junto na telinha. Por isso, foi ainda mais triste ver Ana Maria sozinha ontem no Mais você. A loira fez questão de aparecer e prestar uma homenagem no ar àquele que ela tinha como um filho, um companheiro.

Tom Veiga pode não ter ficado conhecido pelo próprio nome ou próprio rosto, mas conquistou o país sob a alcunha do papagaio mais amado do Brasil, Louro José. O que os gringos vêm de forma estranha, quando são apresentados ao fantoche, já fazia parte da rotina dos brasileiros. Até por isso, Ana Maria Braga estava certa quando disse que ''a família Louro, e vocês fazem parte dela'', estava de luto.

Louro José era o fiel escudeiro de Ana Maria Braga. Sempre estava ali para ajudar a apresentadora, a auxiliando na condução do programa e também a ''salvando nas gafes''. Juntos, riam muito. Desde a época em que travavam os duelos de pegadinha - que, inclusive, viraram publicações impressas - até nos programas mais recentes, quando o Mais você voltou à grade da Globo.

É muito difícil imaginar os passos de Ana Maria Braga na telinha sem Louro. Na despedida, a bancada de Louro estava ocupada por flores e no telão, onde fica o slogan do Mais você, uma ilustração do personagem. O que sabemos é que Tom Veiga não será esquecido. O silêncio do papagaio vai sempre doer no telespectador.