Visão do Correio

O caminho do crescimento

''Num ano massacrado pela pandemia do novo coronavírus, é fundamental que o Palácio do Planalto funcione com farol e indique um caminho seguro para que o país possa superar as intempéries de forma segura e com o menor estrago possível''

Correio Braziliense
postado em 12/11/2020 06:00 / atualizado em 12/11/2020 08:35

Depois de meses e meses afastados do Brasil, os investidores estrangeiros decidiram dar um voto de confiança ao país. Em novembro, desde o início do mês, já destinaram R$ 7,5 bilhões à Bolsa de Valores de São Paulo. Ainda é muito pouco perto dos R$ 85 bilhões que retiraram do mercado brasileiro em 2020. Mas é um alento.

Num ano massacrado pela pandemia do novo coronavírus, é fundamental que o Palácio do Planalto funcione com farol e indique um caminho seguro para que o país possa superar as intempéries de forma segura e com o menor estrago possível. Até porque o cenário é francamente adverso. A equipe econômica, na qual se depositou enorme expectativa quanto a uma retomada forte da economia, infelizmente ainda não conseguiu levar adiante a agenda de reformas estruturantes. Será preciso uma negociação intensa com o Congresso para que a missão atinja o êxito.

A situação é tão dramática que, quando este ano terminar, o Brasil não figurará mais na lista das 10 maiores economias do planeta. Teremos que nos contentar com a 12ª posição, se nada de pior acontecer. Não bastasse isso, a inflação voltou a se assanhar e está massacrando as famílias de mais baixa renda. Há dois meses, o custo de vida entre os que ganham menos está girando em torno de 1% ao mês. Projeções apontam que os reajustes continuarão, a ponto de o Banco Central ser obrigado a elevar a taxa básica de juros (Selic), um baque para os consumidores e para as empresas que precisam de crédito para ampliar seus negócios.

Seria de muito bom tom que, nesse ambiente tão hostil, houvesse um movimento de união em prol de toda a sociedade. Para isso, é preciso um esforço dos Poderes Executivo e Legislativo para que se chegue a um entendimento capaz de destravar a pauta do Congresso. Há quase dois meses, nada de importante é votado na Câmara e no Senado. Ações fundamentais, como a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a instalação da Comissão Mista do Orçamento, estão em suspenso por disputas de poder e à espera dos resultados das eleições municipais.

Não precisa muito para que os investidores estrangeiros virem novamente as costas para o Brasil. Portanto, é vital que a agenda econômica seja implementada. Assim, o país irá pavimentar o crescimento que todos anseiam. Retomar o caminho do desenvolvimento, com a geração de empregos e controle da inflação: eis o desafio mais premente.

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