Nos oito anos em que Barack Obama foi presidente dos Estados Unidos, uma figura feminina rondava a política norte-americana, mesmo que indiretamente. Era Michelle Obama. A primeira dama logo se tornou num ícone para as mulheres e teve papel importante em algumas decisões do marido. Toda essa popularidade da advogada até fez com que fosse cogitado que ela pudesse ser candidata a vice de Joe Biden para, quem sabe, uma candidatura própria à presidência dos EUA em 2024.
Nada disso se concretizou. Michelle, inclusive, não demonstra interesse em seguir no caminho político de forma tradicional. Ela tem atuado politicamente e socialmente de outro modo, como pode ser comprovado no livro e no documentário homônimos Minha história (a versão audiovisual está disponível na Netflix). Mas a figura de Michelle Obama ajudou a preparar o território para Kamala Harris, a primeira mulher a ocupar a vaga de vice-presidente da história do país.
Assim como Michelle, outras mulheres galgaram esse espaço, que será ocupado no próximo ano por Kamala Harris. Uma das frases emblemáticas da ativista norte-americana Angela Davis explica como cada degrau subido por uma mulher impacta diretamente nos passos de uma outra: “Quando uma mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”.
A própria filósofa teve papel fundamental nessa abertura para as mulheres dentro da política dos Estados Unidos. Se Kamala é a primeira mulher negra vice-presidente eleita, Angela foi a primeira candidata negra ao cargo. Ela concorreu nos anos 1980 na chapa do Partido Comunista, como vice de Gus Hall, sob o emblema “People before profits” (Pessoas antes do lucro, em tradução livre).
Há 40 anos, Angela lutava por esse espaço. Agora, outra ativista teve importância direta na conquista de uma mulher na vice-presidência. A escritora, política e advogada Stacey Abrams, que criou uma organização com o objetivo de ampliar o voto na Geórgia, estado em que Biden e Kamala lideraram os votos. Estima-se que 800 mil moradores da região foram inspirados por ela a se registrarem para a votação, que não é obrigatória nos EUA.
Que a eleição de Kamala Harris tenha impacto também no futuro. Inspirando e dando oportunidade para que mais mulheres estejam nos diferentes âmbitos do poder, tanto nos Estados Unidos, quanto no mundo.
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