Professores
O Dia dos Professores (15 de outubro) está chegando e como sempre nada há a comemorar. Salários achatados há anos e para piorar esse ensino remoto que deixa a todos apreensivos com o futuro da educação no país. Vamos torcer para que 2021 seja um ano melhor para os mestres e para todos.
» Washington Luiz Souza Costa,
Samambaia
Supremo
Como conceber um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) independente, quando indicado sob a chancela de afinidade com o presidente da República que o indica? A qualquer ministro da Suprema Corte da Justiça exige-se afinidade com a verdade. O resto é politicagem.
» Elizio Nilo Caliman,
Lago Norte
Para o vovô
Olá, vovô Jair. Sou a Geórgia. Cheguei. Para adoçar seu coração. Você anda nervoso. Com a língua sem freios. Parece fio descapado. De onde venho, tudo é belo. Tem estrelas, borboletas e anjos cantando. Aqui também tem vidas que precisam ser preservadas. Pessoas morrendo e você se esbaldando, sem máscara, pelo Brasil. O brasileiro é bom. Alegre. Não perde a fé. Muitos deles estão se queixando de suas atitudes. De suas tolas ironias. Fiquei sabendo que você é a maior autoridade do Brasil. Legal. Meu vovô é famoso. Minhas fraldas estão orgulhosas. Cheguei para colocar ordem no seu cotidiano. Amaciar seu gênio explosivo e autoritário. Você fala pelos cotovelos. Ofende e despeja tolices. Pare com a mania de querer intimidar as instituições. Vovô, não se bate nas pessoas nem com uma flor. Seja mais tolerante. Durma e acorde com a Constituição. Aceite críticas. Alivie a alma fazendo o bem. Estarei por perto para alegrar seus olhos. Trouxe máscaras para você. Feitas pelos deuses do bom senso e da paciência. Dê bons exemplos. Usando-as. Como chefe da nação, você precisa conduzir o povo com ações de fé e altivez. Menos grosseria, vovô. Mais generosidade. Mais amor, menos desamor. Caso contrário sua longa caminhada até 2022 permanecerá espinhosa.Pesquisas costumam errar. Respiremos juntos, vovô. Ventos da boa energia. Te amo, vovô Jair.
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Tradutor
Notei que o vice-presidente, general Hamilton Mourão, sempre é chamado pelos jornalistas para traduzir as declarações estapafúrdias ou inconvenientes do presidente Jair Bolsonaro. A última do pesidente foi garantir que acabou com a Lava-Jato, ao assegurar que no seu governo não tem corrupção. A reação de procuradores foi imediata, pois dentro do Ministério Público da União, há um movimento do procurador-geral, Augusto Aras, no sentido de desmontar a força-tarefa da Operação Lava-Jato, que ele qualifica de “lavajatismo”. Diante da repercussão negativa, o general Mourão agiu como bombeiro e “traduziu” a fala do inquilino do Planalto, lembrando que, em 21 meses de governo, não houve nenhum caso de corrupção, mas que as investigações iniciadas no passado pela Lava-Jato vão continuar. Esse papel desempenhado por Mourão lembra muito o do então porta-voz do Planalto Carlos Átila, que serviu ao presidente general João Figueiredo, o último da ditadura militar. Átila “traduzia” o pensamento de Figueiredo que, como Bolsonaro, dava declarações inomináveis, como “prefiro o cheiro dos cavalos do que o cheiro do povo”.
» Joaquim Honório,
Asa Sul
Retrocesso
A decisão do governo de acabar com a escola inclusiva é um retrocesso sem tamanho. Hoje, as crianças com deficiência intelectual e síndrome de down serão excluídas das turmas regulares, por força do Decreto 10.502. Trata-se de uma amputação de um processo que vinha crescendo e rompendo com barreiras impostas aos pequenos que nasceram com algum tipo de deficiência. Priva-se ainda os que nasceram sem limitações da convivência deles. Cria-se barreiras à inclusão de todos, em que o respeito e a compreensão sobre a diversidade de pessoas são valores a serem cultivados dentro do ambiente escolar. A insensibilidade do poder público é tamanha, talvez porque o mandatário da hora não seja portador de qualquer filigrana de sensibilidade. Não será surpresa se, em algum dia, nos depararmos com um decreto que recriará os manicômios.
» Maria Luiza Ferreira,
Asa Sul