Sim, a pandemia de coronavírus ainda é uma realidade. Países da Europa começam a entrar na segunda onda do flagelo da covid-19 e nós, brasileiros, nem sequer saímos da primeira. Deliberadamente, a maior parte dos chefes do Executivo optou por negligenciar. Até mesmo aqueles que, no começo, adotaram medidas louváveis no enfrentamento ao novo coronavírus, meses depois, taparam os olhos à espera da imunidade de rebanho.
Imunidade de rebanho? Sim! Às custas de vidas e do sofrimento de centenas de milhares. Uns morreram. Outros viveram com sequelas; outros tantos, uns não terão sintomas, outros tantos, travarão uma dura batalha para vencer o vírus.
Escândalos de corrupção pipocam em diferentes estados. São, ainda, mais lamentáveis, pois, não podemos dizer que estamos surpresos. O país que elegeu boa parte dos políticos com o discurso de “não aguentamos mais tanta corrupção” e “agora é a vez da nova política” assiste passivamente os recursos públicos serem pilhados num dos momentos mais terríveis deste e do século passado.
A sociedade brasileira vive um momento de torpor. Perda de direitos trabalhistas, reformas que levam à concentração ainda mais voraz de renda. Meio ambiente ardendo em chamas ou tombando ao som das serras elétricas; povos tradicionais sendo massacrados, retrocessos bárbaros no Código de Trânsito Brasileiro, na cultura... para onde quer que se olhe, a barbárie está a espreita. Não temos um projeto de nação. O que está por toda parte, é um projeto de desconstrução do Brasil de agora e do futuro. E o pouco que se tinha está ruindo a passos largos.