Miséria
A pandemia aumentou a miséria. Milhões de brasileiros não têm nada para comer. Pesquisa do IBGE revela números assustadores e cruéis. A fome e a miséria liquidam ilusões. Afrontam sonhos. Humilham o ser humano. A ausência de higiene, roupas, moradia e escola, aumenta a desesperança. Perpetua a dor. Devora famílias. Destrói o futuro. Desespera a alma. Crianças sujas, com fome e maltrapilhas choram ouvindo a avó agoniada dizer que não tem comida em casa. A aflição de pais desempregados esmaga corações. Doações escassas amenizam o sofrimento e a humilhação. Criança alimentada é feliz. Criança com fome é consumida pela infelicidade da miséria. Sem forte e urgente ajuda dos governantes, o quadro desalentador não será alterado. Quem tem fome não sabe o que é dia radiante. Desconhece bonanças. Só pede a Deus que os ventos dos anjos tragam pratos de comida.
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Desprezo
O presidente continua com a narrativa de descaso em relação à vida dos brasileiros. Desdenha os que tentam se proteger do novo coronavírus e os qualifica de fracos. Confunde, em sua mente conturbada, fraqueza com responsabilidade que todos têm que ter com a própria vida e com a de seus semelhantes. Ele, pelo contrário, vem desafiando a ciência e a medicina, estimulando as pessoas a se exporem à doença. O incentivo e seus exemplos de desobediência às orientações para enfrentamento da covid-19 colocaram o Brasil na posição de segundo país em número de mortes e terceiro, em quantidade de infectados. O país chora mais de 135 mil vidas pela covid-19 e, pelo seu comportamento e declarações, isso não passa de uma bobagem. Revela-se um presidente que despreza seu povo, indiferente ao sofrimento dos que perderam seus entes queridos. Um homem insensível e que não disfarça o seu “dane-se” ao povo. A forma grosseira com que governa só envergonha a nação.
» Ana Lúcia Martins,
Asa Sul
Prisão
O ministro Luiz Fux, data vênia, deu uma escorregada feia na entrevista publicada na revista Veja, tentando justificar a prisão em segunda instância. Errou ao dizer que “se a Constituição prevê prisão em flagrante, prisão preventiva e prisão temporária, por que não pode haver a prisão após condenação em segunda instância?” Ora, ministro Fux, esses três tipos de prisões previstas no decorrer do inquérito, ou do processo, estão devidamente especificados no Código de Processo Penal, o que não acontece com a prisão definitiva em segunda instância. Ao contrário: o art 5°, Inciso LVII, da Constituição Federal é taxativo ao declarar que “alguém só pode ser considerado culpado após o trânsito em julgado da sentença condenatória respectiva”. É claro que o ideal seria que existisse a prisão definitiva após condenação em segunda instância, pois assim não veríamos um monte de assassinos e corruptos soltos, aguardando recursos que se eternizam nos tribunais atrás de uma prescrição para suas penas. A solução para isso é alterar a Constituição, e não ficar inventando “puxadinhos jurídicos”, que só servem para instalar um ambiente de insegurança jurídica no país.
» Paulo Molina Prates,
Asa Norte
Meio ambiente
Creditar à sabotagem os dados sobre as queimadas e desmatamento é, no mínimo, mais um “mico” do vice-presidente, Hamilton Mourão, em relação às questões ambientais. Os autores da ilusória “sabotagem” não estão no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mas dentro do gabinete do antiministro do Meio Ambiente, que derrubou as porteiras para que a manada de predadores ambientais avançasse, com impunidade e regalias, contra o patrimônio ambiental — levaram até um mico-leão-dourado da Mata Atlântica, especificamente do Rio de Janeiro, para a Amazônia. A contrapropaganda não conquistou apoio entre os seres racionais e detentores de discernimento. O governo é inepto e a destruição do patrimônio natural tornou-se política de um Estado, que não tem a menor noção das perdas econômicas e financeiras que ela traz para o país e para o setor agropecuário, um dos mais importantes para a saúde financeira da União. O uso de fake news não emplacou. No cenário internacional, o país é desmoralizado e conquista alta taxa de falta de credibilidade, que repercutirá nas transações comerciais. O vice-presidente parece estar mal assessorado, pois não tem a menor noção da estrutura do Inpe e, menos ainda, do significado de preservar os biomas das intervenções antrópicas predatórias.
» Giovanna Gouveia,
Águas Claras