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Reforma administrativa

Entre todos os itens da chamada reforma administrativa — que deveria ser bem mais explícita e ser denominada reforma administrativa do Poder Executivo —, o mais perigoso é o fim da estabilidade do servidor público. Com qual tranquilidade, imparcialidade e discernimento público exercerá sua atividade o servidor que poderá ser demitido a qualquer momento, se, ao emitir um parecer técnico, desagradar um poderoso ou um político de ocasião? Sem a estabilidade, a porteira está escancarada para que passem todas as boiadas.
» Sylvain Levy,
Asa Norte,


» Enquanto a reforma administrativa estiver nas mãos da maioria de olho comprido nos cofres públicos, com a faca e o queijo na mão, julgando em causa própria, difícil esperar algo que venha equilibrar o ônus dos desmandos administrativos dos governos passados, a serem pagos pela sociedade brasileira. Os privilegiados da sorte continuarão a voar nas alturas, enquanto os deserdados terão que continuar a arrancar o soldo do fundo de seus bolsos, para pagar impostos.
» Elizio Nilo Caliman,
Lago Norte


» A reforma administrativa “esqueceu-se” dos militares, do Judiciário, e sequer encosta nos inúmeros privilégios dos políticos, que vão continuar com seus carros oficiais, motoristas, auxílio combustível, verba indenizatória, verba de gabinete, Fundo Partidário, Fundo Eleitoral e tantas outras regalias!? Mas a culpa do rombo é do servidor concursado?
» Marcelo Guedes,
Sudoeste


Contradição

O presidente Jair Bolsonaro, ao fazer acordo com o Centrão, renegou tudo que dissera na campanha eleitoral e nos meses iniciais de seu governo. Bolsonaro recebeu dos parlamentares demonstrações cabais de que, sem eles ,não governaria. A recente votação do veto ao aumento de servidores públicos, enquanto perdurar a pandemia da covid-19, demonstra bem como a relação do presidente com uma base parlamentar ainda incipiente pode trazer novos problemas para o governo.Teve de contar com o presidente da Câmara para organizar sua base para derrotar a decisão do Senado, que derrubara o veto do presidente. Mas, criou diversos atritos com os senadores, a começar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que não quis presidir a reunião do Congresso porque imaginava que o governo poderia ser derrotado e não queria se indispor com o governo, cujo apoio conta para poder se reeleger. Agora, com os ataques do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e aos senadores que votaram pela derrubada do veto, Alcolumbre não pode se omitir, pois, nada importa o apoio de Bolsonaro se os senadores não quiserem reelegê-lo. Para manter seu prestígio interno, Alcolumbre terá que colocar seu prestígio externo em jogo. A boca grande do ministro Paulo Guedes, mais uma vez, o coloca em confrontação com o Congresso, mas dessa vez, também o presidente Bolsonaro não quer afrontar seus novos aliados.
» Renato Mendes
Prestes,
Águas Claras


Racismo

Foi assustadora a imagem, exibida várias vezes ao longo da semana passada, de policiais norte-americanos que torturaram um homem negro, despido e com problemas mentais no asfalto. Ele foi socorrido e, uma semana depois, morreu. O laudo médico deixou claro que o negro foi vítima de homicídio por asfixia. Causa tremores ver e rever a cena. Mas, não só isso. É ter a certeza de que a cena de selvageria será copiada pelos policiais brasileiros. Não causará surpresa ver no noticiário do nosso país mortes semelhantes de pessoas negras. Tem sido assim. O racismo, uma das causas da letalidade dos policiais norte-americanos, contamina os braileiros. Logo depois do assassinato de George Floyd, em maio último, na cidade de Minneapolis, vídeos flagraram policiais militares repetindo a cena, inclusive, com uma mulher negra. O silêncio do presidente Donald Trump diante do horrendo episódio também foi copiado pelo presidente brasileiro, que não emitiu nenhuma declaração condenando a brutalidade da ação policial contra uma negra. Esse silêncio é apoio tácito e estímulo aos PMs despreparados para que contiuem agredindo e matando homens e mulheres negros, e sigam impunes.
» Olívia Torres de Oliveira,
Águas Claras