Falsa narrativa
Os dados da covid-19 estão em baixa no país, sugerindo que passamos o pico da doença, mas ela ainda está entre nós e, em algumas regiões, com números altos. Nessa hora, surgem salvadores da pátria e buscam-se culpados por mais de 120 mil mortos. Nas redes sociais, diz-se que a não adoção do isolamento vertical foi a causa das mortes e da queda da economia. Mas isolamento vertical (isolar apenas pessoas idosas e com doenças crônicas) é inviável no Brasil e, na Suécia, onde foi adotado, teve resultados desastrosos. Ao comparar a situação da Suécia com a de seus vizinhos nórdicos, com qualidade de vida e renda similares, mas que adotaram o distanciamento social (dados de 25/8), vemos que o índice de mortes por milhão de pessoas foi de 581 na Suécia, 49 na Noruega, 94 na Dinamarca e 60 na Finlândia. Apesar de a Suécia ser um país pequeno, rico, sem favelas, bons serviços de água, esgoto e transporte, boa rede hospitalar, população restrita, alto nível de renda, povo disciplinado e governo unido que respeita a ciência, ela não conseguiu proteger seus idosos e teve 10 vezes mais óbitos que os vizinhos. Se lá esse modelo fracassou, imaginem como seria aqui. Na economia, a covid-19 fez o PIB cair 8,6% na Suécia e 9,2% no Brasil, no segundo trimestre. Concluindo: o isolamento vertical, ruim para a Suécia, seria péssimo para nós. Defendê-lo é agredir a realidade.
» Ricardo Pires,
Asa Sul
Meio ambiente
Aos incautos, é bom lembrar que o investimento da Alemanha e da Noruega na preservação do verde da Amazônia não se dá para a melhoria do meio ambiente e para a salvação da humanidade. Há grupos econômicos estrangeiros, principalmente, no ramo farmacêutico, com forte interesse nos recursos naturais das nossas florestas, que agem por meio de ONGs humanitárias. Temos de estar atentos à segurança e à soberania de nosso país, pois, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, poderá, mais uma vez, ter sua nefasta intenção de abrir a porteira para passar a boiada. No entanto, sua intenção à época, não vingou, a boiada morreu no pasto! Só gostaria de entender uma coisa: por que tanta resistência com as pessoas que defendem o meio ambiente? Elas poderiam viver a vida delas confortavelmente, mas não. Vão atrás de fazer o bem. Seria melhor defender o desmatamento? Apoiar a destruição da vida marinha? Exemplo de dedicação, profissionalismo e empenho à pesquisa tivemos na gestão do ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), o físico Ricardo Galvão, que foi exonerado por defender a ciência perante o obscurantismo e divulgar dados que apontavam uma considerável aceleração do desmatamento na Amazônia. Os ministros Salles e Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia (MCT), assim como o presidente Bolsonaro, não reconheceram o seu alto gabarito e currículo exemplar. Será por quê?
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Ipês
Quem falou que não há mistérios nos formosos ipês? Nos encantos dos caules, de folhas e de flores, vemos amores, esperança na exuberância. Como me veio essa ode? Assim, nesse ar de jasmim, logo hoje. Há o chamado do ipê. Qual será o porquê? Quem falou que não há o desfile na passarela? Dentre outras vivas colorações, hoje no poder — do livre palco —, a amarela. Há, sim, encantadora boemia e até uma mostra da mágica alquimia... Crescem as lindas árvores e esperam o tempo certo, expondo suas naturais artes. Vivem mesmo a encantar nossas manhãs, noites e tardes. E marcam em alternados períodos, assim, em excitantes florações multicores, deixam suas lições de firmeza, beleza, sóbrios aromas. Haja sabedoria e mistérios nos floridos ipês, doutores!
» Antônio Carlos Sampaio Machado,
Águas Clara
Celular
No Brasil, o número de celulares em mãos de brasileiros é superior ao da população. São 213,8 milhões de aparelhos, o que coloca o país em quarto lugar no ranking mundial. Dessa forma, praticamente, acabou a história de fazer maldades ou infringir a lei sem que não seja gravado. O vídeo viraliza, chega aos meios de comunicação e o que estava sendo feito acaba ganhando testemunhas. Os policiais têm sido flagrados nas suas ações deletérias. O desembargador se deu mal ao humilhar e desrespeitar o guarda municipal em Santos (SP). Agora, vemos a tevê flagrando os guardiões do fundamentalista Crivella, prefeito do Rio de Janeiro, pagos com dinheiro público, atuando na porta de hospitais para criar embaraços ao trabalho de jornalistas, constranger e impedir os cidadãos de resgistrarem ao vivo suas queixas pelo mau atendimento na rede municipal de saúde. Esses malandros que tentam ludibriar as leis ou cometer atitudes execráveis estão perdidos. O celularzinho está sempre em ação, registrando todas as safadezas que ocorrem nas ruas, principalmente na periferia das cidades. Hoje, a impunidade pode prevalecer se a Justiça quiser. Há provas suficientes para aplicar severos corretivos aos infratores da legislação e da Constituição.
» Euzébio Queiroz,
Octogonal