Sem noção
A propaganda que Bolsonaro faz da cloroquina, remédio rejeitado no mundo inteiro, é absurda. Recentemente, uma pesquisa na França apontou que o medicamento não contribui em nada para a cura da covid-19. O problema é que ele comprou tanta cloroquina dos Estados Unidos e mandou também o Exército comprar, que precisa dar vazão ao estoque. Mas, agindo assim, presta um grande desserviço. E a ideia que ele dissemina de que aumentou o número de suicídio no Brasil por causa da covid-19 não tem qualquer comprovação. Em nenhum lugar do mundo houve isso. É um absurdo o que ele faz. E tantas já fez, que acabou pegando o vírus, e deve ter contaminado muita gente andando sem máscara e apertando a mão de todo mundo antes de descobrir que estava positivo. Hoje, se diz curado! Bolsonaro fala sempre o contrário do que deveria dizer sobre a covid-19. Mas, as pessoas não mudam de comportamento, nem de pensamento, e ele não vai mudar em nada. Não tem visão do geral da população. Não tem noção do peso da palavra de um presidente da República. Em tempo: situação idêntica temos na postura do governador Ibaneis.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Balelas
Salvo melhor juízo, existem duas balelas inseridas na nossa Constituição: a primeira diz que “todo o poder emana do povo e em seu nome será exercido”, como se os nossos governantes e congressistas estivessem, de fato, preocupados com os nossos anseios e perspectivas. Na realidade, só estão olhando os seus próprios umbigos.Tão logo são eleitos, começam a trabalhar para as suas próprias reeleições. A segunda diz que “os Poderes da República são harmônicos e independentes”. Na verdade, somente são independentes o Poder Executivo e o Poder Legislativo, pois ambos são escolhidos por eleição geral. Jamais o Poder Judiciário pode ser considerado um poder independente, uma vez que todos os ministros dos tribunais superiores são escolhas pessoais do chefe do Poder Executivo. Nestes tempos de críticas e desaforos lançados contra o STF, é mais do que oportuno que o Poder Judiciário reaja e estude uma emenda à Constituição que o torne, efetivamente, um poder independente, em que seus ministros sejam escolhidos pelos seus pares, levando-se em conta somente as sua qualidades pessoais e jurídicas, e não mais havendo conchavos e apadrinhamento. Hoje, só são independentes os juízes de primeira instância, nomeados por seus méritos comprovados em rigorosos concursos públicos. Fica a sugestão.
» Paulo Molina Prates,
Asa Norte
Futebol
A CBF não “forçou a volta aos campos”(Denise Rothenburg, CB,12/8). Agiu com responsabilidade e serenidade. O protocolo da entidade foi fundamentado em informações e instruções científicas. A CBF não fez nada de afogadilho. O ocorrido com parte do time do Goiás, quando alguns atletas testaram positivo, não pode nem deve ser creditado ao protocolo da CBF. Jogadores, dirigentes e funcionários dos clubes também precisam seguir, com rigor, recomendações médicas para evitar problemas.
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Violência
O desatino ocorre mais por ciúme doentio e falta de confiança no ser amado. Os psicólogos o atribuem à doença mental e a inúmeros fatores sociais. Jesus, nos seus ensinamentos, pregava que, ao casar, o homem e a mulher tornavam-se uma só carne, “de modo que já não são mais dois, porém, uma só carne” (MT 19-6/7). Paulo Coelho, escritor brasileiro, interpretando esse preceito bíblico, afirma que o casal bem-vindo seria uma alma gêmea — à semelhança de uma engrenagem que roda nos seus encaixes serenos: tudo são flores. Duas celebridades brasileiras casaram-se em países europeus, com festas em que gastaram milhões. No dia seguinte, pediram o divórcio. Parece que o demônio está pondo o rabo nessas uniões. Causando o desamor, o ódio e, ao final, a violência.
» José Lineu de Freitas,
Asa Sul
Juventude
Ontem, celebrou-se o Dia Mundial da Juventude. No nosso país, a juventude tem muito pouco a comemorar. Desde sempre e, principalmente, no atual governo, as políticas públicas para esse segmento da sociedade têm sido insuficientes nos campos da saúde, da educação, da cultura e em vários outros setores que garantam aos jovens um desenvolvimento pleno. As autoridades discursam, frequentamente, que crianças e jovens são o futuro. Mas é um futuro que nunca chega. Milhões de jovens estão fora da escola. Nesse perído de pandemia, a sociedade testemunhou o prejuízo que tiveram na educação, com o país ainda muito distante da era digital: a infraestrutura não garante acesso universal à internet — um dos indicadores do atraso —, o que impediu a milhões terem aulas virtuais. No campo da segurança pública, o país está perdendo os seus jovens pela insegurança dominante no território nacional — milhares de jovens, entre 15 e 29 anos, são abatidos por armas de fogo a cada ano. E o futuro morre prematuramente. Os governos vindouros — deste, não se espera nada — precisam promover políticas públicas que assegurem vida com qualidade para os jovens brasileiros.
» Joana Paula de Araújo,
Taguatinga