Em tempos de imagens on-line enviadas, encaminhadas ou publicadas no tráfego insano das redes sociais, fotos analógicas de familiares pregadas nos armários dos jogadores da Seleção masculina de basquete ajudaram o Brasil a derrotar a Letônia por 94 x 69, ontem, em Riga, e entregar de bandeja ao país mais uma vaga nos Jogos de Paris-2024. A estratégia motivou o grupo. Depois da partida, era possível identificar os retratos de companheiras, filhos e pais na intimidade do vestiário verde-amarelo.
Campeã simbólica do Pré-Olímpico mundial na casa do adversário, o time comandado pelo croata Aleksandar Petrovic está de volta ao torneio. A última participação havia sido no papel de anfitriã na edição do Rio-2016, quando terminou em nono lugar. As recordações misturavam-se com lágrimas, risos e gritos de guerra dos 12 heróis.
Medalhista de bronze em Londres-1948, Roma-1960 e Tóquio-1960, o Brasil acessa o Grupo B na competição masculina. A estreia será no próximo dia 27 contra a anfitriã França do astro do San Antonio Spurs Wembanyama, no Pierre Mauroy Stadium, em Lille. Os outros rivais na primeira fase são a Alemanha de Franz Wagner (Orlando Magics) e o Japão de Rui Machimura (Los Angeles Lakers). A equipe feminina não obteve vaga.
Enquanto o futebol masculino resiste a entregar a prancheta a um técnico estrangeiro e empilha vexames, o basquete aponta o caminho alternativo. A Seleção disputará a Olimpíada pela terceira vez no século. O argentino Ruben Magnano comandou o time em Londres-2012 e no Rio-2016. Em 2024, a missão será do croata Aleksandar Petrovic. O croata reassumiu o cargo em 18 de abril, faltando 99 dias para a Olimpíada. A primeira passagem havia sido de 2017 a 2021.
"Foi um jogo perfeito. É uma honra ser o treinador desse time. Conquistar essa vaga. Vamos a Paris", celebrou. Cestinha do joggo com 21 pontos, Bruno Caboclo se emocionou. "Não encontro palavras para dizer o quanto estou feliz e como é classificar para a Olimpíada. Um sonho realizado. Que dia. Que jogo. Obrigado aos que confiaram".