O rendimento domiciliar per capita ficou em R$ 1.893 no ano passado, segundo cálculos com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A renda média de 2023, em valores nominais (sem considerar a inflação), registrou um aumento de 16,5% em relação a 2022, quando o brasileiro tinha um rendimento médio de R$ 1.625.
De acordo com o IBGE, em 2022, três estados figuravam com uma renda per capita inferior a R$ 1.000 per capita — Amazonas, Alagoas e Maranhão. Em 2023, somente o último permaneceu abaixo desse patamar. São Paulo (R$ 2.492), Rio de Janeiro (R$ 2.367), Rio Grande do Sul (R$ 2.304) e Santa Catarina (R$ 2.269) são os líderes no ranking de rendimento per capita.
Ainda conforme a pesquisa, em 2023, a renda domiciliar per capita mais alta foi registrada no Distrito Federal, de R$ 3.357. Na outra ponta da desigualdade, a renda mais baixa foi a do Maranhão, R$ 945. Em outras palavras, a renda média do maranhense equivale a menos de um terço do rendimento do brasiliense.
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Funcionalismo
De acordo com o economista e professor do Ibmec Gilberto Braga, o rendimento domiciliar per capita do Distrito Federal é explicado pelo grande contingente de funcionários públicos na capital federal, que conseguem uma remuneração acima da média da iniciativa privada.
"Nas demais cidades, a gente vê um peso relativo bastante grande do salário mínimo, que ainda é utilizado como principal referência de remuneração. Quando você pensa em funcionalismo público, os (rendimentos dos) cargos concursados tendem a partir já de um valor superior ao salário mínimo, e isso puxa a média do Distrito Federal para cima", explica o economista.
Ficaram acima da média do país 11 unidades da Federação. Todas fazem parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O estado mais populoso do Brasil, São Paulo, apresentou rendimento domiciliar per capita de R$ 2.492.
As informações são divulgadas pelo IBGE conforme determinação da Lei Complementar 143/2013, que estabelece os critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE).
Entre 2014 e 2019, o aproveitamento da amostra foi maior nas bases de primeiras visitas. Já em 2020, o aproveitamento da amostra foi maior na base de quintas visitas (72,7% de entrevistas realizadas) do que na base de primeiras visitas (47,4% de entrevistas realizadas). O mesmo ocorreu em 2021, sendo esse o segundo ano em que o aproveitamento da amostra foi maior na base de quintas visitas (69,9% de entrevistas realizadas) do que na base de primeiras visitas (60,4% de entrevistas realizadas).
A queda das taxas de aproveitamento das entrevistas nos últimos anos reflete o contexto excepcional, observado principalmente nos anos de 2020 e 2021, ocasionado pela pandemia de covid-19 e os procedimentos adotados para minimizar as perdas de informação que poderiam ocorrer com a pandemia e o isolamento social.
O documento afirma que a coleta das informações da PNAD Contínua é realizada de forma presencial nos domicílios selecionados. No entanto, de março de 2020 a junho de 2021, devido à pandemia, essa coleta foi feita inteiramente por telefone.
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