Pela segunda semana seguida, o mercado financeiro reduziu a expectativa da inflação para 2022. De acordo com o Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central (BC), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano deverá ficar em 7,67%. Na semana anterior, a expectativa era de 7,96%.
Segundo os economistas das 100 instituições ouvidas regularmente pelo BC, a queda na estimativa da inflação de 2022 coincide com a redução de impostos cobrados sobre itens essenciais, como combustíveis, energia elétrica, e telefonia, que têm peso importante na composição do IPCA.
Especialistas da área econômica tinham alertado que as medidas do governo federal para reduzir os preços ao consumidor poderiam amenizar a inflação em 2022, mas que devem pressionar o índice em 2023. "Para as famílias é sempre bom ver o combustível mais barato porque o imposto diminuiu. Mas olhando pra saúde financeira do Estado, isso é questionável. Vamos ter uma arrecadação menor e a educação, segurança e saúde podem ser comprometidos com essa queda. Ainda é cedo para fazer uma análise mais assertiva sobre esse benefício da redução do ICMs. Então, isso vai afetar muito", disse André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV).
PIB
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Abry Guillen, destacou, ontem, que as projeções para o crescimento do país em 2022 têm sido revistas para cima, enquanto as estimativas para 2023 e 2024 têm caído. De acordo com o Focus, a mediana das previsões para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 passou de 1,51% para 1,59%. Há um mês, a estimativa era de 1,42%.
*Estagiária sob a supervisão
de Odail Figueiredo
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