A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) confirmou que a quinta geração de internet banda larga chegará aos lares e smartphones de 80% dos habitantes do Distrito Federal, a partir de amanhã. Cerca de 100 antenas de transmissão das três operadoras de telefonia estarão habilitadas a operar no novo sistema.
O início das atividades foi confirmado pelo presidente do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi) da Anatel, Moisés Moreira. "Desse modo, cada operadora poderá ligar a sua rede de 5G para os seus usuários", disse. Ele não mencionou quantos usuários deverão ser impactados pela nova rede.
Embora a Anatel tenha divulgado o mapa das antenas distribuídas em diversas regiões administrativas do Distrito Federal, o Gaispi não forneceu informações detalhadas sobre quais localidades serão atendidas pelo 5G. Nesse primeiro momento, está confirmada a cobertura em todo o Plano Piloto e em 80% do território do DF.
O presidente do Gaispi confirmou que Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre deverão ser as próximas capitais a iniciar as operações do 5G. "Pode ser que na próxima reunião do Gaispi, dia 13, a gente consiga deliberar e aprovar também sobre outras cidades", informou Moreira.
O conselheiro explicou que a disponibilização da faixa 3,5 GHz, na qual o 5G vai correr, parece mais viável em Belo Horizonte do que em São Paulo, onde há grande quantidade de estações profissionais de serviço fixo de satélite (FSS), considerado por ele como o maior problema. "Quanto mais (estações), mais complicado", afirmou.
Para que o 5G passe a operar seguramente na capital paulista, o grupo ainda precisa levantar o número de estações cadastradas para a instalação de filtros, além de coordenar o sistema de aviação, em acordo com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (Decea). O tema das antenas e o serviço de aviação é motivo de debates no grupo sobre problemas em todas as capitais.
Oferta de serviço
A Anatel informou que a revisão do Regulamento Geral de Direitos dos Consumidores de Telecomunicações (RGC), que já passou por consulta pública e está hoje em análise pelo Conselho Diretor da agência, deverá tornar mais transparente as ofertas do 5G pelas operadoras. A expectativa é que a rede 5G pura ou standalone ofereça navegação a velocidade de 1 gigabit por segundo (Gbps).
Entre as propostas, está a chamada "única oferta", aquela na qual o preço não poderá ser alterado após a contratação. Além disso, discute-se o lançamento de uma etiqueta padronizada, a ser adotada pela telefônicas. Reuniria um conjunto mínimo de informações sobre o pacote, a exemplo da adotada no setor bancário, a chamada cesta básica de serviços.
A Claro informou que se prepara para oferecer o 5G em escala a pelo menos dois milhões de clientes com aparelhos habilitados para a nova tecnologia. Atualmente, a base de aparelhos vendidos pela Claro, 70% são compatíveis com o novo padrão de redes.
"Estamos falando de 2 milhões entre 70 a 80 milhões de linhas móveis ativas. É o início de uma curva, mas temos bons predicados para o futuro: globalmente, se fala que em 2022 vai vender mais aparelhos 5G do que 4G", disse diretor de marketing (CMO) da operadora, Márcio Carvalho, durante evento realizado em São Paulo.
Para analistas, a entrada do 5G no mercado será desafiadora para as operadoras, com oferta de pacotes variados, quantidade limitada de dados, mas ampla oferta de serviços 5G e para vídeos, como serviços específicos de games e streaming.
No entanto, os especialistas alertam, para a falta de acesso à internet em vários locais onde o 5G é anunciado. "A desigualdade regional é um dos nossos problemas fundamentais. Enquanto 70% do nosso território prepara-se para serem cobertos pelo 5G, parte do resto espera com otimismo o básico da conectividade", avalia Álvaro Machado Dias, futurista e professor livre-docente de neurociências da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
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