O Banco Mundial revisou a previsão para crescimento do Brasil em 2022, para 1,5%. Em janeiro, a instituição havia projetado que o país cresceria 1,4% este ano. A instituição, por outro lado, cortou drasticamente a estimativa para a expansão econômica do país em 2023, de 2,7% para 0,8%. Para 2024, a expectativa é de um avanço de 2%.
Mesmo com a melhora da projeção para a economia brasileira neste ano, os dados do banco mostram que, na região da América Latina e do Caribe, o país só terá desempenho econômico superior aos do Haiti, que deve recuar 0,4%, e do Paraguai, com previsão de alta de 0,7%.
As projeções constam de um estudo divulgado ontem pelo banco. Segundo o relatório, com os desdobramentos da guerra na Ucrânia e o registro de novos casos de covid-19, a economia mundial enfrenta crescente risco de estagflação — fenômeno definido como período prolongado de crescimento econômico lento combinado com inflação em alta. O Banco Mundial cortou a previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2022 — de 4,1%, projetada em janeiro, para 2,9%.
Em relatório divulgado ontem, a instituição também reduziu a estimativa para o avanço da atividade no mundo em 2023, de 3,2% para 3%. Para 2024, a expectativa também é de alta de 3%. "Mas, para muitos países, a recessão será difícil de evitar", disse o presidente do Grupo Banco Mundial, David Malpass.
A instituição acredita que a inflação deve declinar no ano que vem, mas ainda deve ficar acima das metas dos bancos centrais. O documento adverte que o cenário inflacionário pode causar uma acentuada desaceleração da economia global e, como consequência, deflagrar crises financeiras em mercados emergentes.
No caso do Brasil, o Banco Mundial avalia que, após um começo de ano "sólido", o país deve registrar enfraquecimento das condições, com a inflação elevada pressionando mais a renda das famílias. A estagnação de investimentos de empresas e as incertezas políticas também são citadas como responsáveis pelo cenário.